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parte 1 O ESTADO E OS ASSENTADOS: OS LIMITES DAS POLITICAS DE ASSENTAMENTO E AS NECESSIDADES HUMANAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO ALEGRIA.

Shirlei de Sousa Oliveira



O ESTADO E OS ASSENTADOS: OS LIMITES DAS POLITICAS DE ASSENTAMENTO E AS NECESSIDADES HUMANAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO ALEGRIA.











Marabá 2007

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
COLEGIADO DE CIÊNCIAS SOCIAIS



O ESTADO E OS ASSENTADOS: OS LIMITES DAS POLITICAS DE ASSENTAMENTO E AS NECESSIDADES HUMANAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO ALEGRIA.



                                                                           Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ao Colegiado de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará, no Campus Universitário de Marabá, como exigência parcial para obtenção do grau de bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais sob a orientação do Profº Cloves Barbosa.
                                                                   
                                                              
Marabá 2007

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
COLEGIADO DE CIÊNCIAS SOCIAIS



O ESTADO E OS ASSENTADOS: OS LIMITES DAS POLITICAS DE ASSENTAMENTO E AS NECESSIDADES HUMANAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO ALEGRIA.
................................................................................................
Profº  :  Cloves  Barbosa ( Orientador)
...................................................................................................
( Examinador)
..................................................................................................
( Examinador)
Conceito......................................................... Data.............................................
                                                




Marabá - 2007





















Para minhas Avós Ana Marinho (in memoriam).
                                               Viturina Lina de Oliveira ( in memoriam).

AGRADECIMENTOS

Ao Deus, Ser Supremo que Transcende a mais genial inteligência humana.
Aos moradores do PA alegria
Ao professor Cloves Barbosa
A Universidade Federal do Pará.
Ao meu esposo Edimauro.
Esta cova em que estás,
Com palmos medida,
È a conta menor que tiraste em vida,
È de bom tamanho,
Nem largo nem fundo,
É a parte que te cabe,
Deste latifúndio.
Não é cova grande,
É cova medida,
È a cova que querias
Ver dividida.
È uma cova grande
Para teu pouco defunto,
Mas estavas no mundo
È uma cova grande
Para teu defunto parco,
Porém mais que no mundo
Te sentirás largo.
È uma cova grande
Para tua carne pouca,
Mas, á terra dada.
Não se abre a boca.
   (Morte e vida Severina, João Cabral de Melo Neto).



Sumário
Agradecimentos...................................................................................................    05
Epigrafe................................................................................................................    06
Sumário.................................................................................................................   07
Resumo................................................................................................................ .  09
Palavras Chaves....................................................................................................  10
Lista de siglas.......................................................................................................   11
Introdução..............................................................................................................  12
Justificativa...........................................................................................................   16
Metodologia...................................................................................................... ..   .17
CapituloI
1 A vida dos Camponeses e as políticas de Estado................................................ 22
1.1 A Orientação geral das políticas........................................................................22
1.2 Característica do Projeto de Assentamento alegria  ..........................................22
1.3 A Perspectiva Interna do Assentamento Alegria................................................25
1.4 A Interação entre o Estado e os Assentados ......................................................28
Capitulo II:
  1. A Relevância de uma boa e forte produção Familiar.................................. 33
2.0 Um olhar a luz da questão agrária................................................................34
            Perspectiva sobre os movimentos Sociais...................................................35
            Produção Familiar: Sobre um olhar de uma unidade de sistema
...........................................................................................................................37
            Contexto Sócio – Econômico da Micro – Região de Marabá.....................40
            Agricultura e Negócio. ................................................................................42
Capitulo III
3 Contexto Histórico do Assentamento Alegria........................................................49
3.0 Característica da área do Assentamento Alegria.................................................59
3.1 Organização político institucional e Assistência Técnica...................................60
3.2 Escolaridade........................................................................................................60
3.3 Cidadania. Associação de moradores, associação de produtores, associação de mães, associação de mulheres etc......................................................................................61
3.4 Estrutura fundiária.............................................................................................62
3.5 Perfil dos Produtores Rurais..............................................................................66
3.6 A força de trabalho da unidade familiar............................................................67
3.7 Im plantação da produção..................................................................................68
3.8 A prática da produção........................................................................................69
3.9 A adoção do sistema de produção......................................................................69
3.10 Percepções do emprego da produção  .............................................................70
3.11 Custo e benefícios do sistema..........................................................................71 Considerações Finais...............................................................................................72
 Bibliografia.............................................................................................................73
Anexos. Anexo1...................................................................................................... 75
Anexo 2 ...................................................................................................................76
Anexo 3....................................................................................................................77
Anexo 4....................................................................................................................78
Nota..........................................................................................................................79
                                                   






RESUMO
De certo que este trabalho de conclusão de curso(TCC) não poderá trazer uma contribuição de forma impactante na vida dos pequenos agricultores, apesar de que este trabalho ter sido analisado e estudado, eu acompanhei os camponeses eu os observei e até hoje convivo com eles, pois também sou catequista de várias crianças lá no assentamento, crianças com uma realidade social totalmente diferente  daqui na cidade,  ou seja este trabalho  não modifica o modo de viver desses camponeses ,eles continuaram arando a terra, os projetos e parcerias continuaram a serem implantados, ou não. As mulheres camponesas continuam fora do campo político, Mas posso averedar que, mostrar as outras pessoas a realidades dessas pessoas assentadas no Pa Alegria, pessoas comuns igual a, mim e você com anseios e desejos, já é um grande resultado positivo, procura mudar a consciência dos que vivem lá , para que seja um fio de esperança de uma conscientização política reivindicado por melhorias, para  que a saúde e educação sejam trabalhadas, no local, para que pessoas do governo municipal possam ver este trabalho e ajudar estas pessoas , este trabalho não acaba aqui, ele precisa ser passado adiante.
Quando existem necessidades que precisam ser supridas, também surgem as oportunidades, que podem valer para um lado e para outro, é quando surgem as parcerias uma mão lavando a outra, o problema é quando uma mão fica mal lavada e acaba causando dor de barriga. As parcerias governamentais surgem no intuito da necessidade global de desenvolvimento econômico, são criados projetos, de caráter capitalista, que pensam apenas no econômico e deixam o lado social de. Mas... Será que desenvolvimento econômico não anda, de mãos dadas com saúde e educação? A concepção de desenvolvimento humano amplia a compreensão das questões pelo fato de considerar outros aspectos da realidade, além do econômico, para proceder às considerações e análises diversas.
Palavras - Chaves: Projeto de Assentamento, Parceria, Desenvolvimento humano, necessidades humanas.
LISTA DE SIGLAS
ADA - ( Agência de Desenvolvimento da Amazônia )
ALUBRÁS-Alumínio do Brasil S/A
AMPRA-Associação dos Mini e Micro Produtores Rurais do Assentamento Alegria
BASA- Banco de desenvolvimento da Amazônia
COOP SERVIÇOS - Cooperativa de serviços
EFA-Escolas Família Agrária
FETAGRI - Federação dos Trabalhadores na Agricultura
FATA - Fundação Agrária do Tocantins - Araguaia
IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
LASAT- Laboratório Sócio- Agrônomo do Tocantins
MST - Movimento dos Trabalhadores sem Terra
ONU - Organização das Nações Unidas
ONG - Organizações não Governamentais
PA - Projeto de Assentamento
PRONAF - Programa Nacional de Agricultura Familiar
PROINT - Programa de Inovação Tecnológica
PND - Plano Nacional de Desenvolvimento
PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro
PT - Partido dos Trabalhadores
SEAGRI - Secretaria de Agricultura
SEBRAE - Serviço  Brasileiro de Apoio a  Micro e Pequenas Empresas
UFPA - Universidade Federal do Pará


Introdução
  Este trabalho de conclusão de curso visa estudar e compreender a dinâmica dos projetos de parceria, governamental e privada, no assentamento PA alegria, a partir de uma experiência de observação, e a importância que estas parceiras estabelecem na região, assim este trabalho e de grande importância porque ele nos ajuda a compreender a dinâmica do projeto de criação caprina, junto a parcerias com a Prefeitura, SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas), LASAT (Laboratório Sócio-Agrônomo do Tocantins) e outros. Descrevendo as atividades realizadas, no assentamento Alegria em Brejo do Meio, Município de Marabá, aonde foram realizados projetos junto à prefeitura municipal de Marabá e o próprio assentamento Alegria conhecido como a antiga invasão do Zucatelli, devido ao fato que aquelas terras serem pertencentes ao antigo latifúndio da família Zucatelli logo, então confiscadas pelo governo Federal e redistribuídas a populações de renda menos favorecidas, (1) latifúndio concebido, pela família Zucatelli bastante conhecida na região, e que possui uma influência nesta, e possuidores de inúmeros gados, na região, posso averedar que o próprio INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), favorecedor da antiga política de distribuição de terras no Pará, de uma forma tão desigual, que uma só pessoa tinha uma quantidade de terra qual não era utilizada nem para agricultura e nem para a pecuária, mas que possuindo capital, dinheiro poderia comprar ou se favorecer, deste beneficio materiais, junto ao INCRA, uma política de distribuição de terra de forma corrupta, inigualável, aonde quem tem dinheiro e quem manda. Os moradores, do PA (Projeto de Assentamento) Alegria comentam o fato de muitas pessoas serem mortas e seus corpos, sepultados, em cemitérios clandestinos.___________________
1. Favorecidos também pela antiga política  militar de integração da Amazônia , desabitada , que lembra subdesenvolvimento, a oferta de distribuição de terra fáceis, concedidas pela INCRA , órgão do governo federal, que permitiu a má distribuição de terras no Pará , garantindo a manutenção dos grandes latifúndios nas mão de poucos, os que tinha dinheiro e poder, enquanto os pobres, não tinham terras para morar e nem trabalhar.
O Mais intrigante é que o próprio INCRA qual favorecera, esta família, Zucatelli. O INCRA tiraria as terras de suas mãos, e as daria as a pessoas menos favorecidas. Devido ao ato da reivindicação de reforma agrária, o INCRA não encontrou outro meio não mais inteligente do que assentar estas pessoas, os chamados sem terra do movimento MST (Movimento sem Terra). Como é o caso de pequenos agricultores, que vivem apenas da agricultura de subsistência, plantando mandioca, banana, cana de açúcar, arroz e outras variedades. Esses agricultores, não possuíam uma renda extra, até então a criação do projeto de criação de caprinos, bodes e cabras, viviam do que plantavam, se a colheita e boa eles tem fartura de comida em suas casas se a colheita é ruim eles teriam que procurar outro meio de produção. Os moradores do PA Alegria no geral, trabalham não para acumulação de capital de dinheiro e renda, mas, trabalham para garantir a suas existência humana, e mesmo se trabalhassem para acumulação de bens materiais, esses pequenos agricultores sairiam perdendo, pois que sempre ganha no final é o parasito do atravessador, que leva os produtos da roça para a cidade e lá dobram , triplicam os preços das frutas, verduras... Pois os pequenos agricultores, não possuem um meio de escoar sua produção, eles não tem carros para levar as frutas e verduras para a cidade, muitas vezes estas se  estragam lá no matos mesmo, pois o atravessador possui o melhor meio para levar a produção para a cidade. Os pequenos agricultores do PA Alegria no geral, são pessoas simples, levam em consideração aos climas da natureza, sabem  a hora de plantar ,e a hora de colher, suas relações são na maioria primárias, ou seja relacionam – se mais com os familiares, do que relações secundárias, mesmo porque o ambiente em que vivem lhes permite isto, pois eles não tem supermercados, para irem , nem parque de diversão , nem escola de informática etc... Posso averedar que estes  pequenos agricultores sabem respeitar a natureza, pois é dela que retiram a sua existência,  por exemplo: Seu Manoel personagem principal neste trabalho, come uma fruta , as sementes não se joga fora é para se plantar. Mas nem sempre a natureza é generosa com os moradores do PA, nem sempre a terra arada e garantia de sustento, tornado-se necessário outro meio de produção.        
Sendo que para resolver graves problemas relacionados a noção de desenvolvimento no sentido de promover a melhoria da condição de vida da população considerada pobre, medido através do índice de qualidade de vida da população , índice este internacional criado pela ONU (Organização das Nações Unidas)para classificar os países em função de seus níveis nacionais de pobreza.Onde os países são medidos por estatísticas relacionados a renda per capita , educação e expectativa de vida entendido como melhoria da condição de vida. O órgão Governamental Brasileiro, pressionado pelas política públicas internacionais desenvolve projetos relacionados a melhorar o bem estar de comunidades como o PA alegria que possui um projeto em parceria com a prefeitura de Marabá e junto ,com o programa do  PRONAF  (Programa Nacional de Agricultura Familiar )via BASA  (Banco de desenvolvimento da Amazônia) realizaram junto aos moradores do assentamento  Alegria criação de bodes e cabras, que garantiriam ao pequeno agricultor durante a estiagem , ter leite , e carne para alimentar a si é sua família. O projeto começou em 1999 e , onde rendeu  frutos como por exemplo primeira feira da agricultura familiar da região , que  realizou no campo do Marolão nos dia 17 18 e 19 de junho de 2005 , com o apoio do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e de outras instituições, lá teve palestras , cursos, apresentações, aonde  o pequeno agricultor familiar pôde  apresentar e vender seus produtos.
Neste projeto de criação de caprinos, onde cada família ganhou um reprodutor, um bode e duas matrizes, ou seja, as cabras durante dois anos, sob a gerência da SEAGRI (Secretaria de Agricultura) os pequenos agricultores, receberam cursos de como criar os caprinos. Essa   parceria do governo tem seu lados positivo e negativo, são facas  de dois gumes, a pobreza para os organismos internacionais, tem caráter de subdesenvolvimento, e de não preservação da biodiversidade e o homem está incluso nesta biodiversidade pois ele está em relação com a natureza ele faz parte desta natureza e ele é esta natureza. A realização destes projetos visam o desenvolvimento desta populações, entretanto este organismos internacionais medem o índice por estatísticas da renda per capita ou seja eles medem pela produção e consumo de uma população . Acredito que se os moradores do PA, mudando seu modo de produzir, ou seja, do tradicional a produzir com máquinas, será produzido mais, e eles produzindo mais, podem aumentar o capital e consumir mais, entretanto ao ver desta forma de produção os moradores do PA Alegria estariam se descaracterizando, num circulo vicioso. Neste sentido consumir é sinal de desenvolvimento assim como produzir é sinal de desenvolvimento, os moradores do PA Alegria vão pagar um preço , ou seja eles se descaracterizariam e deixariam de ser uma sociedade de camponeses tradicionais. Estas parcerias governamentais, ao implantar novos meios de produção a uma família que produz de uma forma tradicional, de uma cultura que é passada de geração a geração a muito, tempo, e dessa forma descaracterizando essas população, e se “desenvolvimento econômico” Não vem junto com educação e saúde, Posso averedar que o desenvolvimento econômico não e real, exemplificando lá no assentamento  alegria, a educação é precária , a escola é um quadrado de madeira velha , forrada de palha onde as crianças são ameaçadas por cobras que invadem a pequena sala constantemente, em relação a saúde dos moradores do PA Alegria ,  lá não tem hospital nem posto de saúde ,o mais próximo posto de saúde é em Brejo do Meio.  , e a meu ver o impacto social deste projeto poderia ser maior.
O assentamento Alegria, existe a 11 anos entretanto a 8 anos, essas pessoas foram assentadas pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e  Reforma Agrária. A problemática proposta neste trabalho de conclusão de curso, partiu dos fenômenos, para buscar o essencial, ir além das aparências, e das relações cotidianas imediatas, onde os problemas não são apenas descritos, mas também são nomeados e explicados, a fim de procurar as estratégias de ação. O que há por detrás dos desinteressados projetos, de parcerias governamentais e privados, junto aos moradores do PA alegria? Seriam estes projetos tão desinteressados assim? Sem interesses políticos, sociais e econômicos? Dê que forma se dão estas parcerias  com os moradores do PA Alegria? Dão-se de forma pacificas essas parcerias? Estes projetos são bem visto pela maioria dos moradores? O que os moradores sabem sobre estas parcerias? Quem são os beneficiados e os prejudicados com essas parcerias? Qual o proveito que esses moradores podem tirar dessas parcerias? Quem mais sai ganhando com a implantação destes projetos? Quais as conseqüências? Houve ações que tentassem resolver esse problema e fracassaram? Por quê? O que poderíamos fazer para contribuir para a resolução do problema ? Quais são as ações e os meios ao nosso alcance ? quais aqueles fora de nosso alcance?
Neste trabalho não preocupei em afirmar se as parcerias governamentais e privadas junto aos moradores do Pa alegria são certas ou erradas, são boas ou ruins, se um projeto é melhor se o outro é pior, a preocupação geral do trabalho, é de que forma estas parcerias se estabeleceriam, de uma forma ao se implantarem na região tragam desenvolvimento a nível econômico e social para região, e de que forma todos da comunidade fosse beneficiados, até os moradores que chegaram depois da implantação do projeto, e busca não se prender apenas a números estatísticos, mas buscar de uma forma mais humana, um novo olhar para um novo Ângulo qual ainda não foi visto: Os camponeses assentados e o Estado.

Justificativa
Pela necessidade de apresentar um trabalho que questione desenvolvimento a prática da perspectiva que já predominam na ONU, qual classifica os países em função de seus níveis nacionais de pobreza, como o IDH (índice de desenvolvimento humano) que mede os países apenas por renda per capita, desenvolvimento entendido como melhoria das condições de vida. Sendo que este trabalho de conclusão de curso, também apresenta a contribuição desta parceria, prefeitura e assentamento e como se deu esta relação.
A relevância deste trabalho está em apresentar e analisar um projeto que possui interesses, de ambas as partes, os moradores do assentamento e a própria instituição, analiso como se dá esta relação, os motivos as conseqüências, sendo que a contribuição deste relatório é de cunho cientifico, pois dá formas, estabelece limites e fronteira, dentro desta relação de parceria. Quando eu digo que este trabalho escrito dá forma a relação de parceria saliento, que este trabalho mostra de uma forma estruturada como se deu esta relação morador do assentamento e a instituição representada, num âmbito de realidade, ou seja, o projeto pode ser mostrado fora do papel, não apenas como uma expectativa a ser vivida , mas como algo vivido, de uma forma em que algo foi planejado, projetado, saiu dos planos e virou realidade estabelecida, realidade que fez com que os agricultores que tiveram que lidar com o novo , e apostar e acreditar neste novo, e observar  que o novo sempre nos dá medo. Pois acreditar no novo e como dá um salto no vazio. Surgiram dúvidas com alimentar os caprinos? Como cuida-los quando estiverem doentes? Como cuidar de suas crias quando estiverem para nascerem? Como tirar o leite das cabras? como aumentar a produção de caprinos para que todos da comunidade se beneficiem , sem que aja concorrência entre os pequenos agricultores ? Como dividir melhor o rebanho? Como vender, a que preço os caprinos? Este projeto em parceria uniria mais as relações sociais entre os moradores do PA Alegria?
 Responde Sr. Manoel que: Este projeto melhorou a relação, entre eles, pois ficaram mais unidos, participando de atividades comuns, pessoas de diferentes famílias tocando o mesmo rebanho, o que na lavoura seria diferente, cada família cuidaria da sua própria lavoura, Sr. Manoel continua: “_ Este projeto melhorou a relação entre nós’’ , participando  de reuniões e cursos, em uma casinha sede, feita de madeira onde lá todos os assuntos, da comunidade do assentamento PA Alegria são discutidos.Além do que as cabras são boas produtoras de leite , e antes o leite que era comprado em Brejo do Meio, ou de vacas de fazendas próximas, atualmente o leite de cabra é distribuído gratuitamente para a comunidade do PA Alegria . Posso averedar , que não é do meu interesse neste trabalho,  apontar se o projeto de produção caprinas é pior ou melhor  que o projeto de cria de galináceos , também promovido pela prefeitura de Marabá ou  se as parceria da prefeitura é certa e a do SEBRAE é errada, não existe uma formula mágica, para solucionar problemas sócio - econômicos, as parcerias existem como modelos que precisam ser aperfeiçoados sempre, se acertamos ou erramos no presente, nossa construção histórica nos projeta para o futuro, para que o futuro seja construído de uma forma que todos em comum sejam beneficiados.

 

METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho de conclusão de curso, não é de alta tecnologia, mas busca com poucos recursos didáticos, barganhando de uma forma, que todas as informações sejam contidas para elucidas algumas dúvidas ainda existentes e persistentes.
Utilizei o método de entrevista, perguntando de forma humilde, moradores sobre o acontecimentos numa pesquisa participante, aprendi que a primeira coisa que devemos estar munidos, é de humildade, conhecimento teórico sobre o assunto abordado, ler bastantes livros,sair do senso comum, e se deixar estranhar pelo obvio, buscando um novo olhar sobre um ângulo que ainda não foi visto,como nos ensina Popper.Também aprendi que “ O  primeiro fio, fé lógica do pesquisador deve ser não o seu, o de sua ciência , mas o da própria cultura que a vivem.” (BRANDÃO, 1984 pág.42).
Ou seja, eu não me fiz uma pequena agricultora do assentamento nova alegria para entender o que os moradores de lá queriam me mostrar, mas como disse Marx: “É necessário que o cientista e sua ciência sejam primeiro um momento de compromisso e participação, com o trabalho histórico, e os projetos de luta do outro, a quem, mais do que conhecer, para explicar, a pesquisa pretende compreender para servir.”.
Deste modo eu servindo-me do método, que é a pesquisa participante, observando o relato dos moradores do PA Alegria, observou o modo de suas vidas e trabalho, não busquei uma pesquisa de caráter quantitativo cheio de números estatísticos, mesmo porque só os números estatísticos não supririam a minha pesquisa, este trabalho foi idealizá-lo, com caráter qualitativo, observando as relações, o modo de vida dos pequenos agricultores do PA Alegria .Buscando de uma forma mais neutra possível, sem parcialismo,sem puxar sardinha para um lado ou barganhar em outro, buscando o racionalismo e a neutralidade cientifica de Max Weber, para não favorecer, um partido político ou outro,
“A pesquisa, com efeito, qualquer que seja a forma que ela assuma, possui uma orientação discursiva sob a forma mais simples, esta orientação, implica, enquanto fundamento sintático, a transformação interrogativa, das sentenças, afirmativas. Ora, tal transformação não é de modo algum, inocente, e se nos divertimos em desmontá-la para reconstruí-la, temos rapidamente a sensação de que essa transformação no inverso vai bem além porque diz muito mais do que o sujeito do enunciado queria dizer, isto é, vai muito além das condições, de produção de seu enunciado (...) Se admitimos então que toda transformação interrogativa implica a manutenção dos pressupostos que o interlocutor, deve aceitar em sua resposta, poderemos, propor, reciprocamente que as sentenças, interrogativas veiculam proposições, que são passíveis, de ser determinadas. Indo ainda mais longe, podemos levantar a hipótese de que esses pressupostos são elementos de um sistema de representações sociais que caracterizam uma concepção de mundo’’.
A questão aqui não é a utilização da pesquisa para fins de exploração, dominação ou manipulação, mas, entretanto a própria natureza da pesquisa.
  O outro recurso metodológico foi à utilização de fotos. Fala se da Sociologia, “_ As palavras substituíram as coisa. Curiosa ciência do real em que os sons, os odores, a imagens, os relevos e os gostos estão muito pouco presentes”.
  Diz Carlos Rodrigues Brandão, - “Quando se trata de exprimir as necessidades, percebidas, porque não tomar possível o uso da expressão gráfica, da fotografia, da exposição de objetos, da dança, dos passeios, das experiências com plantas medicinais etc.? Pedir aos aldeãos, pesquisados, que façam uma exposição sobre a sua situação vivida pode ser um excelente meio em vista deste objetivo.”.
E realmente é, poder ir além da escrita, e mostrar imagens coloridas, imagens que fazem parte desta realidade, ultrapassar a comunicação oral, e utilizar dos sentidos visuais enriquecendo este trabalho com o uso de um grande número de códigos, a torna mais interessante.






















CAPITULO I










O primeiro capitulo caracteriza a vida dos camponeses residentes no assentamento Alegria, considerando a política especifica que o Estado direciona ás populações assentadas. Este trabalho de conclusão de curso (TCC) é composto de três capítulos, o segundo capitulo apresenta, as necessidades de uma boa e forte produção familiar, pois evita o êxodo rural e o inchaço populacional nas cidades ao passo que uma boa e forte produção familiar, evita que as pessoas do campo, busquem novas oportunidades na cidade, pois as oportunidades já se encontram no campo. Este capitulo trabalha com leitura de livro feitas durante o processo do trabalho, obras como , o cerco está se fechando de Jean Herbert , Faces do trópico úmido, de Edna Castro e Pinton  Florence entre outros,me proporcionaram um embasamento teórico , este livros me deram suporte para realizar este trabalho.
Já o terceiro capitulo está realizado basicamente a pesquisa feito in loco, no assentamento Alegria, e destaca os fatores econômicos daquela comunidade, aborda, por exemplo, a característica da área do município e do assentamento, a organização político institucional, assistência técnica, escolaridade, cidadania, associações, estrutura fundiária, perfil dos produtores rural, a força de trabalho da unidade familiar, ou seja, este capitulo aborda a entrevista que eu fiz com os moradores do assentamento.Este capitulo também aborda basicamente da produção em si no assentamento Alegria, como por exemplo, a implantação da produção, a prática de produções, a adoção de um sistema de produção, percepções do emprego da produção , custos e benefícios do sistema e finalmente o custo de implantação e manutenção do sistema no PA alegria e a viabilidade da produção caprina

CAPITULO I

1. 0 A VIDA DOS ASSENTADOS E AS POLITICAS DE ESTADO
            A Orientação geral das políticas.

O Estado se constitui em uma organização burocrática que planeja, elabora, implanta e acompanha a execução de política de acordo com estratégias associadas à realização dos próprios objetivos definidos pela burocracia que planeja, executa e fiscaliza conforme os seus compromissos com setores sociais e também, de acordo com a própria competência técnica. Que está no conhecimento e no uso adequado de instrumentos que proporcionem os resultados esperados.
            Numa sociedade de classes, os compromissos e a competência da burocracia de Estado procuram privilegiar as frações sociais e dominantes. Eles ficam em segundo plano na definição das políticas.

            Característica do Projeto Alegria
O Projeto de Assentamento Alegria, no assentamento Alegria que fica próximo ao Brejo do Meio no estado do Pará, a uns 20 km do município de Marabá em contraponto a visão de que realmente exista este desenvolvimento econômico no assentamento, junto a parcerias governamentais. Portanto  visto que em alguns momentos, os pequenos agricultores, se viram abandonados, por essas parcerias governamentais, no caso Municipal, falta de infra estrutura, um dos agricultores fala : __ Têm muita promessa do governo, eles só procuram o assentamento, quando tem um projeto, e como se eles criassem estes projetos para embolsar dinheiro. Até hoje eles não nos deram os documentos sobre o projeto de criação de caprinos.
Estou lá observando quase dois anos, sempre vou lá aos domingos, e realmente vejo as suas necessidades, falta estrutura para a implantação dos projetos, o lugar onde os caprinos, ficam são galpões de madeira, os currais também são de madeira, onde fica apenas um funcionário, vigiando os animais, ele recebe apenas um salário mínimo R$320,00 reais, para vigiar os animais, a perda da produção e geralmente pelo atropelamento das cabras e dos bodes, por veículos que ali transitam, geralmente são caminhões que carregam madeiras exploradas da mata nativa, caminhões pesados quebrando as pequenas pontes improvisadas de madeiras que dão acesos ao assentamento Alegria.
Certa parte do dia os animais são soltos  para comerem capim, e atravessam a estrada e aonde os veículos, carros, caminhões, ônibus, passam por cima dos animais.Outra baixa da produção são os cachorros que comem os filhotes das cabras que acabaram de nascer, muitos cachorros foram mortos a bala , por comerem os cabritinhos, no mais, diz Manoel __ É mais, rentável criar cabra, do que vaca, porque as cabras parem mais vezes que a vaca , e elas procriam mais rapidamente que o gado, uma cabra nós vendemos por R$120,00 reais.
Outra vantagem dos caprinos, é que para eles se alimentarem não existe muito, gastos eles comem tudo que vêem pela frente, e diferente do gado, diz Seu Manoel: _Cabras são mais ecologicamente viável, pois diferente do gado não exigem grande destruição da mata natural para o pasto. A questão ambiental também é um fator importante no assentamento Alegria, assim como o Sr Manoel, que é o vice _ presidente da associação dos moradores, outras, pessoas que moram lá preservam a mata nativa, arando parte da terra para a lavoura e deixando a outra parte intacta, para que os pequenos animais, que vivem lá, macacos, pacas, capivaras, araras, periquitos, tucanos, preguiças, e outros animais, possam ter seu lugar para se  alimentar e viver , ao invés de invadirem a lavoura para comer frutos,como até hoje são atacados os pés de mamões e abacaxis da plantação de seu Manoel, por macacos, e pacas.
Entretanto existem pessoas, no assentamento que possuem carvoarias, e desmatam a terra para arrancar a madeira para vender, e no lugar nada plantam. Caçam os animais que ali vivem. E o  órgão governamental responsável o IBAMA  (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente),não faz uma fiscalização satisfatória aos moradores do PA. Outro fator intrigante são as pessoas, que chegaram lá, e conseguiram se assentar, mas não utilizaram a terra, apenas venderam a terra para outros para morar na cidade diz o seu Manoel que: _ “Apenas 30% (por cento) das pessoas fizeram isto, o resto realmente moram lá, os recém-chegados, não tem conflitos com os que moram lá a mais tem tempo diz Manoel, todos vivem em solidariedade, um ajudando o outro, trocando muda de plantas, ajudando no que o outro precisa, num clima solidário, em relação de parentesco.”.
 Continua Seu Manoel: _ “Aqui não existe descriminação.” Eles também não estão ligados a nenhum partido político. Diz Manoel: “__ Partidário livre”. Aqui no assentamento eles não si consideram independentes da cidade, eles fazem compras como açúcar, sabão, remédio em Brejo do Meio e Marabá, mas, ainda faltam muitas atividades a serem feitas, neste lugar, uma escola decente de tijolos com porta e janelas, atualmente as turmas são de 1ª  a 4ª série com dois turnos, um de manhã e um a noite , o banheiro não tem portas , a professora não é concursada apenas é contratada . Existem também outros projetos no assentamento, como apicultura e horta mais esses dois e de caráter individual e não de caráter público.
Sobre o projeto criação de caprinos, o objetivo segundo a secretaria da prefeitura de Marabá é o agricultor, trabalhar melhor, com a cria de animais, o excedente é investir lá dentro, fazer, que o pequeno, produtor, tenha seu animal, lá dentro, e multiplique o projeto. Já o objetivo do projeto melhoria da qualidade do couro  segundo o  SEBRAE é promover o desenvolvimento, do setor, de couro bovino e artefatos na região do sul do Pará incluindo Marabá,  priorizando a melhoria do couro e a conseqüente agregação de valor ao produto final.ampliando os níveis de ocupação e renda na região do PA alegria localizado no município de Marabá.

 

 

 

1.3 A PERSPECTIVA INTERNA DO ASSENTAMENTO ALEGRIA

Ao analisar e atuar “in locus”, com os moradores do PA Alegria perto do vilarejo Brejo do Meio, neste momento de pesquisa qualitativa, foi importante compreender, numa perspectiva “interna” qual é o ponto de vista dos indivíduos ou dos moradores acerca da situação que eles vivem. Qual a percepção destes sobre as situações? Como eles as interpretam? Qual o seu sistema de valores? Quais os seus problemas? Quais as suas preocupações, procurando apreender a lógica dos pesquisados, pois importa compreender, a história vivida, revelada pela memória individual e coletiva, Quais são os conflitos, a desconfianças, Quais as oportunidades que elas lhe parecem oferecer? Quais as suas capacidades de apreendê-las e utilizar? Preocupando-me também com a questão da subjetividade, pois meu ponto de vista deve ser combinado e articulado com a análise das situações vividas, mas a partir de uma base teórica, que não distorça o mundo real, ou seja, procurando um conhecimento mais objetivo dos problemas. Ir além das aparências e das relações cotidianas imediatas. Vivenciando a realidade dos pequenos agricultores do PA alegria, como eles trabalham como eles se mantém quais a suas perspectivas junto ao projeto, a sua função social, as ações efetivas que estes conduzem ou os objetivos que perseguem, pois o próprio termo “comunidade” faz relativamente referência a um conjunto de indivíduos relativamente homogêneo, pois este termo comunidade, máscara os interesses, opostos, que existem, entre os grupos sociais porque estes ocupam posições, diferentes, no processo de produção. Como escreve Eric Wolf :
“O antropólogo, com sua experiência em comunidade restrita, sabe que, por sua maneira de pensar, e por seu comportamento, o arrendario, se distingue do proprietário, o camponês pobre do camponês, rico, o agricultor, artesão do simples lavrador, o camponês se, responsável, por todas as operações agrícolas, em sua fazenda alugada ou comprada, do trabalhador, assalariado, que trabalha, por dinheiro sob a tutela de outros. Ele sabe também que convém distinguir, entre o camponês que vive perto de uma cidade, e que participa dos assuntos, e do mercado, urbano, e aquele que vive numa aldeia, isolada, entre o camponês que começa, a enviar, seus filhos, e filhas para as fábricas, e aquele que continua, trabalhando nos limites, do seu pequeno universo, rural.” As distinções entre  propriedade, e participação na propriedade, em relação, tanto com os mercados, quanto, com os sistemas de comunicação, tudo isso parece-lhe, importante quando ele observa populações em campo “. Wolf  1995 pág.27
Apesar de Seu Manoel ter citado anteriormente que, todos no assentamento Alegria, são iguais, e não há disputas entre si, eles se diferenciam, existem pequenos agricultores que possuem carvoaria e maquinários, e outros, pequenos agricultores que nem animais, como vaca ou boi possui em suas terras, logo então , significa que eles não são totalmente iguais, existem agricultores que tem mais necessidades que outros, há agricultores que necessitam mais da relação de “parentesco “ do que uns, e outros , que não necessitam tanto, existem pequenos agricultores que necessitam mais dos projetos das parcerias governamentais, como o projetos de criação caprina, , e outros  que não precisam tanto destes projetos governamentais, como é o caso de seu Acácio  que é vizinho de seu Manoel, Acácio é um empresário,  dono de uma copiadora, ele tem um caseiro que cuida de sua terra no PA Alegria , enquanto ele trabalha na cidade de Marabá e só retorna aos domingos ao Assentamento, ele tem dinheiro suficiente para mandar um trator arar suas terras e até fazer uma represa, para criação de peixes, ele não foi assentado pelo INCRA, ele conseguiu a terra comprando-a de uma antigo morador que havia sido assentado pelo INCRA. Nas reuniões comunitárias, feitas no barracão comunitário, do PA Alegria , nem todos os moradores querem apresentar sua opinião,  ao discuti junto a técnicos, e engenheiros, Se eles(Os Moradores do PA)iriam querer realmente  a implantação do projeto de criação de caprinos  no assentamento, os não participante da reunião estavam mais preocupados arando a terra, colocando palha na casa, colhendo arroz, deixando que alguns , resolvessem tomar as decisões, de implantar ou não os projetos previstos. Ao passo que os envolvidos, realmente nas discussões os que participavam das reuniões, tomassem as decisões. Nessas reuniões como previsto sempre Havia muito bate boca, e cada um queria puxar para seu lado, o governo lutando para que o projeto fosse aceito pelos moradores, e os moradores verificando se este projeto seria realmente útil para a comunidade, e alguns membros da comunidade tentando levar proveito sobre os outros.
Deste modo, podemos verificar que os moradores do PA Alegria não são de um todo homogêneo, em relações sociais harmoniosas, onde predominariam relações  de coordenação entre os membros que a constituem, Eles ressalto, não são um conjunto de indivíduos ou de famílias, ligadas por um consenso social, ou por um sistema, de valores comuns, que lhes, permitisse afirmar uma identidade e se opor ás diversas, agressões exteriores .Os interesses, problemas e necessidades dos camponeses,  não  serão os mesmos, do artesão , dos comerciantes, ou do camponês, médio, proprietários de uma extensão de terra, que lhe permite a sobrevivência de sua família. As “representações” das situações, vividas, ou as aspirações, podem variar, segundo as características, religiosas e ideológicas. Deste modo o meu trabalho assume um caráter, que está a serviço dos humildes, venho a trabalhar junto a uma categoria camponesa.
            De certo que este projeto em parceria, com instituições governamentais, não vieram de forma dada, ou por o governo ser um governo, bonzinho sem visar interesses, econômicos e políticos, houve certa luta por alguns moradores do PA Alegria em não aceitar o projeto. E alguns dos moradores que não se envolveram no projeto deixaram, que moradores mais antigos, e com mais representatividade local tomassem as decisões. Em alguns momentos, os pequenos agricultores mesmo com o projeto implantado, relataram terem ficados sozinhos, abandonados pelo governo, sem a manutenção devida e sem a assistência que eles realmente precisam por parte do governo, repito o que o seu Manoel falara anteriormente.
__ “Eles, só vêem aqui, quando tem projeto, parece que eles fazem estes projetos para embolsarem dinheiro”.
E importante notar essas diferenças sociais, ao realizar este trabalho, porque nos dá a dimensão do problema. 








1.4 A interação entre o Estado e os Assentados.


O problema de que os moradores de assentamentos, para melhorar sua qualidade de vida socialmente e economicamente, não se resolve com fórmulas mágicas, e nem só com a criação de projetos e parcerias governamentais e privadas, que ao longo do projeto os pequenos agricultores são abandonados, com falta de recursos de infra-estrutura e suporte, é preciso um acompanhamento até o final do projeto num compromisso sério assumido por ambas as parte. Sem falar que antes da implantação de um projeto as questões devem ser analisadas e respeitadas quanto a cultura e tradição dos moradores do assentamento, caso contrário todo a estrutura do projeto estará comprometida, e desacreditada por todos os moradores dos assentamentos e todos os projetos que virão no futuro será visto com desconfiança, e haverá relutância por parte dos moradores para aceita-lo. Deve se em primeiro plano buscar alternativas já existentes, e incentivos, por exemplo, se são pequenos agricultores, o certo que a agricultura seja incentivada , por que eles tem anos de tradição numa cultura e demorará um certo tempo para se adequarem  a outra cultura. Por exemplo, se eles trabalham com a terra, plantando arando, as instituições governamentais e privadas devem incentivar, com envio gratuito de grãos, auxilio de maquinários, que na maioria das vezes são muito caros, mutirões comunitários, para a construção de paióis para guardar  as sementes, e os grãos para um momento de estiagem, mutirões  comunitários para a construção de celeiros, incentivos para a aquisição de veículos, que ajudem no escoamento da produção, evitando assim que os atravessadores, saiam lucrando nas costa dos pequenos agricultores, beneficiamento e enriquecimento das terras que estão sendo aradas, para que aumentem a produção de frutas , verduras , cereais .etc.Muitos projetos fracassaram porque ele não condizia com a realidade , da comunidade, vou citar dois exemplos, o caso dos índios aqui no Pará que se viam obrigados a plantarem soja , porque na visão do governo era mais lucrativa, foi uma tragédia ,os índios acostumados apenas com a cultura da mandioca, se viram passar fome ao lidar com um alimento desconhecido por eles. O outro caso foi o incentivo do Banco de desenvolvimento da Amazônia a pequenos agricultores, criarem bois e vacas, também foi uma tragédia muitas pessoas acabaram endividando – Se com o banco, por não terem suporte técnico e veterinário para a criação dos bovinos.
A meu ver, esses projetos e parcerias não parece estarem realmente preocupados na manutenção de suporte e infra-estrutura junto aos agricultores, parece-me que os responsáveis pela criação dos projetos e as organizações internacionais, estão mais interessadas, no fator consumismo e produção quando falamos de capitalismo e desenvolvimento, eles confundem que o desenvolvimento econômico, venha junto a grande produção ou o mudando o próprio modo de produção e os meios de produção, mudando de forma indiscriminada a tradição do camponês, e ou do nativo, eles confundem desenvolvimento econômico, sem desenvolvimento social, sem saúde e educação. Atrás desses “desinteressados” projetos econômicos existem perigosos interesses políticos, que podem envolver de uma forma o camponês, que ele se não bem orientado pode virar, massa de manobra, para ser utilizado como objeto de ideologias, campanhas políticas na politicagem, objeto de exploração e dominação. Já que essas parcerias e projetos surgiram para suprir necessidades, mas que na verdade esses projetos não as suprem, não basta criar projetos disto ou aquilo, é preciso muito estudo, junto à comunidade, pois é ela quem vai dizer o que  necessita como disse o professor Mário da UFPA (Universidade Federal do Pará) “Para que aja o casamento, o noivo precisa primeiro saber se a noiva quer casar”.
Pois pela maioria dos moradores do Pa alegria os projetos são vistos com desconfiança, porque muitas vezes esses projetos deixam os camponeses a mercê do governo, Exemplificando: quando há reunião no barracão comunitário, do PA alegria, só alguns representantes participam na sua maioria homens, sendo que as mulheres são minorias na participação política da comunidade, ficando a cabo as decisões de aceitarem ou não os projetos e parceria implantada, no assentamento as pessoas que participam dessas reuniões, que muitas vezes, acabam num bate boca, e alguns moradores tentando tirar vantagens ou do governo, ou dos próprios moradores do assentamento, e do outro lado o governo, tentado a todo custo fazer que o projeto seja aceito pelos pequenos agricultores, e também existem os camponeses ,que estão lá na reunião , interessados no bem comum , numa melhoria justa e igualitária do assentamento.Sendo que alguns desses moradores pouco sabem sobre essas parcerias enquanto outros representantes, ficam encarregados, de passar as informações para aos que não sabem. Lógico quem está a marginalizado ao projeto não será beneficiado, aquele morador que chegou depois do projeto ser implantado, não vai poder tem um bode ou uma cabra para criar, os que não foram cadastrados também não puderam se beneficiar sendo assim que o projeto que seria de impacto geral, beneficia apenas alguns moradores. Deixando que outras famílias, fiquem fora do projeto. Também não posso apontar quem sai ganhando mais nessas parcerias, se é o pequeno agricultor ou o governo e instituições privadas, é perigoso ariscar, mas estas parcerias existem para “uma lavar a mão da outra”, mas se uma das mãos ficarem mal lavada vai causar dor de barriga. O projeto que não se estabelece acaba em ruína e descrença. Seria mais econômico para o governo se ele ao implantar junto a esses projetos de desenvolvimento econômico, projetos de educação e saúde, evitaria desperdício de dinheiro público. Pois lá os projetos de desenvolvimento econômicos sempre vieram sós, híspidos, deixando a educação e saúde de lado, nada fora feito para resolver este problema, lembro-me de Marx quando ele diz: “Que o erro do capitalismo, não é a acumulação do capital, mas é porque o capital tem por si um fim próprio acumulação, deixando de lado o social.”.
Mas o que podemos fazer, para resolver este problema, é um problema sozinho em si, é o problema de uma só pessoa? Ou de uma comunidade inteira interessada em mudanças, interessada em melhorias? Claro que depende de todos os moradores da comunidade, eu disse todos, os que participam do projeto, os que não participam do projeto, aquele que vai às reuniões, aquele que não vai às reuniões, aqueles que são beneficiados pelos projetos, aquele que não são beneficiados pelos projetos, reivindicar, exigir durante as reuniões que a educação e a saúde também sejam vista assistidas, é preciso uma conscientização política e participativa, da comunidade, para que seja alcançado o bem comum.










                     Capitulo II
O segundo capitulo apresenta, as necessidades de uma boa e forte produção familiar, pois evita o êxodo rural e o inchaço populacional nas cidades ao passo que uma boa e forte produção familiar, evita que as pessoas do campo, busquem novas oportunidades na cidade, pois as oportunidades já se encontram no campo. Este capitulo trabalha com leitura de livro feitas durante o processo do trabalho, obras como , o cerco está se fechando de Jean Herbert , Faces do trópico úmido, de Edna castro e Pinton  Florence entre outros me proporcionaram um embasamento teórico , este livros me deram suporte para realizar este trabalho.

                                                                   















CAPITULO II
2. A Relevância de uma boa e forte produção Familiar.
            O Aumento da população nos centros urbanos os quais já estão com problemas de inchaço populacional, como desemprego, falta de perspectivas dos jovens, falta de oportunidades de trabalho, falta de moradia educação e saúde, inchaço populacionais que causam problemas sociais como o crime, a violência, o roubo e outros têm como fator de contribuição o crescente êxodo rural, onde são vários os fatores e que não cabe aqui neste trabalho a enumeração deste, mas são fatores rotineiros como, os programas destinados aos moradores da zona rural, geralmente, mostram-se inadequados em face da real necessidade desta população. Cujo fator está em grande medida, atrelado ao não – reconhecimento das particularidades das unidades de produção familiar e á falta de adaptação teórica e metodológica daí resultante, causando assim uma baixa produção, que produz um baixo capital, e que finalmente traz outros problemas, como o êxodo rural para a cidade em busca de uma melhor perspectiva de vida Muitas são as contribuições do pequeno produtor familiar , assim como este é um fornecedor de matéria – prima exemplo fibra de juta para o beneficiamento em indústrias, etc..principalmente na questão ecológica , onde os grandes latifundiários derrubam e queimam  milhares de hectares de floresta nativa, para fazer pastos para a criação de gado, ou grandes extensões de plantações, cada vez mais aumentam a sua produção para os consumidores da cidade e a população esta crescendo  cada vez mais. Assim esgotando e enfraquecendo o uso do solo. Pois sua prática sócio-econômica e seus saberes ecológicos são uma alternativa de reprodução social.
                                                  A falta de uma melhor formação do homem do campo refletido nos baixos índices de produção e produtividade pelo uso de técnicas de cultivo inadequadas á realidade da região. O resultado dessa combinação de fatores é o crescente êxodo rural descontrolado e a dramática redução da população rural, que contribui cada vez mais, para o aumento da concentração de terra e renda no campo, como conseqüência desse quadro temos, o aumento da população dos centros urbanos, gerando inúmeros outros problemas sociais ( FETRAGRI , 2001 ) .





2.0 Um olhar a luz da questão agrária.
Sintetizando, a questão agrária a meu ver, está norteada em dois elementos.
(A) concentração fundiária
(B) renda capitalizada da terra (a terra desvalorizada, podendo ser vendida para gerar valor).
A concentração de muitos hectares de  terra , nas mãos de poucos , resultam conseqüências  como a desapropriação de terras  pelas pessoas, e reforma agrária, que se dá muitas vezes por movimentos sociais que são mais de 39 movimentos existentes no pais, essas pessoas que buscam no campo uma oportunidade de melhores perspectiva de vida , ao conseguir a posse da terra que deparam com uma produção rural baixa , pois este produtor não fica com a maior parte da produção, e muitas vezes a solução é a venda da terra .esta luta pela terra pode ser vista como uma luta popular, esse processo de luta pela terra é um espaço de socialização política momento em que as famílias rurais se encontram para discussão num território onde se encontra  o movimento social mas, quando ao passo que as famílias vão vendendo a terra o capitalismo vai materializando no território e se expandindo na rede da terra, assim surgindo três paradigmas ( são pensamento teóricos políticos diferentes ) .
A) fim do campesinato
B)fim dos trabalhadores rurais
C) metamorfose dos trabalhadores rurais.
Ao passo que o capitalismo vai avançando com mais força os produtores rurais vão vendendo as suas terras, e o campo vai se tornando propriedade capitalista, eles se associam a política do campesinato.
A metamorfose dos trabalhadores rurais seria uma mudança metamorfosica, produção familiar, num agro-negócio moderno. O  produção familiar, o campesinato deixaria de ser um modo de vida e seria um negocio profissional.O capitalismo coloca a culpa no produtor rural se a sua produção não vai, bem sem considerar o meio ambiente, e as taxas de juros dos créditos dos bancos , quantos endividados
 Produtores rurais e pela seca em suas plantações tiveram que dar a sua terra aos bancos?
O sistema Capitalista põe a culpa no agricultor e nega que a reforma agrária e o campesinato se recria, enquanto o capitalismo cresce e destrói o produtor rural.recriando o campesinato logisticamente .A idéia estabelece a lógica para o mercado, integração do capital, ações que vão ao  comportamento, assim estimulando a competitividade, empreendedora.Exemplificando a produção no campo ao olhar do sistema capitalista se baseia na monotecnologia, enquanto a produção rural de faz pela diversidade, ou seja as grande siderúrgicas da região estão comprando terras de assentados ou estão pagando ao produtor rural , a plantarem um só espécie de plantação do eucalipto, ( que não deixa que ou planta se desenvolva perto de si , e retém bastante água secando a terra ) para mais tarde ter carvão vegetal, para alimentar suas caldeiras sedentas de ferro gusa.já o produtor rural para manter se na terra, tem que desenvolver em várias atividades, hortaliças, verduras, criação de caprinos, abelhas, piscicultura, etc...
            Enfatizando que é necessário fortalecer o produtor rural com práticas políticas que resistam ao capital não negando o estado, mas penetrando em suas fissuras. (Evandro na Palestra do dia 27 01 2006 na UFPA). 


2.1. Perspectivas sobre os movimentos sociais
As lutas de classes, os movimentos sociais são uns modos de socialização, a concentração de terra nas mãos de poucos, pressionam uma classe da sociedade, a classe camponeses a lutar por terras, seja da forma que forma pacificamente ou através de invasão de órgãos públicos, pressionando o governo a desocupar terras e criam projetos junto ao INCRA, com os PA (Projeto de Assentamento). Nos anos 60 e inicio dos anos 70 o governo no intuito de desenvolvimento criou a Transamazônica e o Plano de desenvolvimento da Amazônia, que trouxeram para a região norte um número significante para a região através da migração de pessoas principalmente no nordeste e do maranhão, para a região buscando melhores perspectivas de vida, desabrochando o conflito por terras, ora por camponeses, e indígenas, e vise – versa, ora camponeses, fazendeiros, e vise versa., ora fazendeiros indígenas.as histórias de massacres de pessoas por causa de terras são constantes até hoje.nas décadas de 80  a  característica  dos movimentos sociais nos assentamentos seriam por aposentadoria , nas décadas de 90 por créditos e final dos anos 90 a característica e a estruturação do movimento.os movimentos sociais se caracterizam :
A) Formal (coorporativas e associação)
B) Informal
Com o passar dos anos os movimentos sociais foram se organizando e atualmente eles estão bem estruturados, já possuem um sindicato, já possuem seus direitos e deveres, e podem ser visto como cidadãos.
            Uma das maiores dificuldades do produtor rural é a escoação dos produtos, como banana, cupu, caprinos, hortaliças, mel ,peixes, galinhas, milho, mandioca, café , abacaxi etc.., pela dificuldade de transporte, ou carros, ou caminhonete,  etc, dependência de gasolina etc. Pois a cidade nem sempre a cidade e perto da zona rural, e a produção rural depende da cidade para garantir o lucro da sua pequena produção, e quem sai ganhando com isto é o parasito do atravessador, que nem produtos, nem ara a terra, nem tem preocupação nenhum ligada ao meio ambiente e que sempre sai ganhando sobre o produtor porque ele é quem ganha mais dinheiro só para transportar os produtos da zona rural para a cidade, sendo que o produtor rural que foi ao banco pedir crédito para comprar as sementes para plantar , ele que arou a terra, junto a seu filho ele que rezou pra seca não chegar , ele que cuidou da terra que esperou pacientemente o momento certo para colher , a sua produção. Mas sem recurso para transportar sua produção para a cidade, vende a um preço irrisória para o atravessador, que já achou tudo pronto. Sem que com o dinheiro arrecadado invista no assentamento.
            As cooperativas aparecem neste momento para dar mais comodidades, ao pequeno produtor rural, ela se encarrega desse escoamento de produção, o pequeno agricultor quando produz procura a cooperativa que aciona seus meios na cidade. Mas a meu ver, as cooperativas também são um tipo de atravessador, mas penso que o lado positivo é que elas investem no assentamento é o atravessador propriamente dito não.
             A organização de movimentos sociais como o MST e uma outra vitória por parte da organização a criação de sindicatos e cooperativa, o lado negativo esta por parte da corrupção humana de pessoas de má fé em entram nesses movimentos, com o pensamento premeditado de ao conseguir a terra, vende-la imediatamente, como geração de valor. Mas a organização do homem em sua sociedade, e sinal de desenvolvimento humano, visando à igualdade entre esses.
                            

2.2 Produção familiar: Sobre um olhar de uma unidade de sistema.
Sistema é um modo artificial criado pelo pensamento humano para representar organizações concretas. Modelo não é a realidade, mas uma imagem datada da realidade, considerada aceitável pelo produtor rural, por exemplo, no momento que é estabelecido. Ou seja, a unidade de produção familiar não sendo um sistema propriamente dito pode ser considerada um modelo sistêmico.
            Le moigne,(Apud),Arlindo Jesus Prestes Lima,2001pág.50 descreve um sistema como “ um objeto que dentro de um meio ambiente e dotado de finalidade, exerce uma atividade e vê sua estrutura evoluir ao longo do tempo, embora não perdendo sua identidade única”. Rosnay (Apud),Arlindo Jesus Prestes Lima,2001pág.65, define sistema como “ um conjunto de elementos em interação dinâmica, organizado em função de um objetivo’’.Logo posso averedar que os elementos constituidores de uma unidade de produção vista como um sistema são os chamados insumos ou seja os produtos, serviços, e subprodutos ou que são consumidos ou estocados, que são transformados ou vendidos, os meios de produção são os animais , as instalações ,as máquinas os equipamentos etc.. A reprodução do sistema está associada a existência destes fluxos.Sendo que para que o sistema e ou  a produção familiar se mantenha é necessário que estes fluxos não se desequilibrem . Para isso devesse ter um reservatório de estoque destes fluxos, como, estoque de adubo, feno, poupança disponibilidade de crédito junto a bancos e outros. Entretanto um sistema em equilíbrio na produção familiar não corresponde necessariamente a realidade  pois o meio em que vivem está constantemente em desenvolvimento e adaptação.O produtor familiar deve administrar esses fluxos da melhor maneira possível, lutando pela regulação do sistema e a sua reprodução quando os objetivos não evoluem.
            A produção é propriamente dita como um sistema aberto, que mantém relações com o meio ambiente físico, socioeconômico e cultural onde o meio ambiente e um conjunto de elementos de fenômenos de fatores externos e ou internos que influenciam  a determinar mais ou menos a ação dos produtores rurais. Neste meio ambiente também existem trocas de relações sociais solidariedade ou conflito enfim o meio ambiente é um lugar de ação que pode agir de forma ativa ou passiva para o produtor.e este sistema de relações no meio ambiente e que influi na produção . Pois como assinala (Brossier, Apud, Arlindo Jesus Prestes de Lima 2001 pág 24) gerir é a capacidade de negociar com o meio ambiente para melhor atender os objetivos esperados.
            Observar e abalizar a unidade de produção como um sistema é considerá-la como um conjunto de inter-relações e interações existentes em seus elementos.
            De modo que na unidade de produção familiar constituem um todo que se engloba indissociável. Esse sistema pode ser decomposto nos subsistemas de operação, decisional e de informação.
            O subsistema decisional se articula a partir de um subsistema que fixa as finalidades de produção e de outro que a gerencia e estabelece seus objetivos estratégicos. O subsistema gerencial concebe as alternativas e define os programas. O subsistema de operação executa os programas. O subsistema de operação executa os programas definidos pelo (os) gerente (s). O subsistema de informações articula os subsistemas gerenciais e de operação.
O subsistema de operações ou de produção tem como função implementar um conjunto de operações necessárias á gestão do processo produtivo, tais como: gestão do fluxo de matéria, de trabalho, de equipamento, de dinheiro e de informação que a unidade de produção importa para estocar, transformar ou transportar ou que ela exporta ou restitui ao meio ambiente. É um lugar de múltiplas interações entre os seus componentes e onde acontecem as decisões táticas do dia – a – dia. Muitas são as interações que existem na produção familiar. Interação entre processos produtivos vegetais através da sucessão interação entre diferentes fatores de produção comuns. Isto faz com que estes processos produtivos sejam concorrentes entre si. Ao passo que os processos produtivos sejam interdependentes entre si são dependentes em relação um ao outro. É o que os produtores expressam quando dizem : “ Tudo             em minha propriedade está ligado “.
            O Subsistema decisional tem a função de gerar decisões que asseguram o sistema de operações de acordo com as finalidades e os objetivos. Pois como assinala Brosiier 1990. A evolução das relações no interior da família e a tendência de profissionalização das unidades de produção fazem com que se distinga, no interior do sistema decisional , dois sistemas : aquele que estabelece as finalidades ( o projeto ) e aquele que gerência a unidade de produção e define os objetivos .
            Já o subsistema de finalidades trata de um conjunto de desejos e orientações que são feitas para o funcionamento da unidade de produção. Não cabe a este subsistema gerir a unidade de produção.
            Podendo este subsistema de finalidades ser chamado de projeto tipo obter uma boa produção para sustentar a família, ter tempo para participar de outras atividades, colocar os filhos na escolar, etc.
            O subsistema gerencial é como o nome já diz gerenciar o subsistema onde são tomadas as decisões, onde são feitas as estratégias. O subsistema de informações equilibra o subsistema de decisão e o subsistema de operação. E neste subsistema que são produzidos e memorizados os indicativos do subsistema de operação.
É, mas nem toda produção familiar rural possui um esquema administrativo para melhor a produção, e não muita ajuda por parte do governo para melhorar a formação da população rural, assim se reflete a baixa produção rural e consequentemente o exôdo rural. É preciso criar novos métodos que abordem a problemática do apoio a atividade administrativa dos pequenos produtores rurais, reconhecendo e analisando as particularidades organizacionais das unidades de produção familiar e sua racionalidade administrativa identificando o aconselhamento técnico-administrativo e a formação administrativa destes pequenos produtores como apoio a esta população e como estratégia de desenvolvimento assim como e rigidez e fiscalizações nas parcerias e nos projetos quer, seja do governo, quer ser de ONGS (Organizações não Governamentais).








“Tudo em minha propriedade está ligado” (camponês)




Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/o-estado-e-os-assentados-os-limites-das-politicas-de-assentamento-e-as-necessidades-humanas-no-projeto-de-assentamento-alegria/111078/#ixzz3UBlInJIC
Shirlei de Sousa Oliveira



O ESTADO E OS ASSENTADOS: OS LIMITES DAS POLITICAS DE ASSENTAMENTO E AS NECESSIDADES HUMANAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO ALEGRIA.











Marabá 2007

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
COLEGIADO DE CIÊNCIAS SOCIAIS



O ESTADO E OS ASSENTADOS: OS LIMITES DAS POLITICAS DE ASSENTAMENTO E AS NECESSIDADES HUMANAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO ALEGRIA.



                                                                           Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ao Colegiado de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará, no Campus Universitário de Marabá, como exigência parcial para obtenção do grau de bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais sob a orientação do Profº Cloves Barbosa.
                                                                   
                                                              
Marabá 2007

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
COLEGIADO DE CIÊNCIAS SOCIAIS



O ESTADO E OS ASSENTADOS: OS LIMITES DAS POLITICAS DE ASSENTAMENTO E AS NECESSIDADES HUMANAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO ALEGRIA.
................................................................................................
Profº  :  Cloves  Barbosa ( Orientador)
...................................................................................................
( Examinador)
..................................................................................................
( Examinador)
Conceito......................................................... Data.............................................
                                                




Marabá - 2007





















Para minhas Avós Ana Marinho (in memoriam).
                                               Viturina Lina de Oliveira ( in memoriam).

AGRADECIMENTOS

Ao Deus, Ser Supremo que Transcende a mais genial inteligência humana.
Aos moradores do PA alegria
Ao professor Cloves Barbosa
A Universidade Federal do Pará.
Ao meu esposo Edimauro.
Esta cova em que estás,
Com palmos medida,
È a conta menor que tiraste em vida,
È de bom tamanho,
Nem largo nem fundo,
É a parte que te cabe,
Deste latifúndio.
Não é cova grande,
É cova medida,
È a cova que querias
Ver dividida.
È uma cova grande
Para teu pouco defunto,
Mas estavas no mundo
È uma cova grande
Para teu defunto parco,
Porém mais que no mundo
Te sentirás largo.
È uma cova grande
Para tua carne pouca,
Mas, á terra dada.
Não se abre a boca.
   (Morte e vida Severina, João Cabral de Melo Neto).



Sumário
Agradecimentos...................................................................................................    05
Epigrafe................................................................................................................    06
Sumário.................................................................................................................   07
Resumo................................................................................................................ .  09
Palavras Chaves....................................................................................................  10
Lista de siglas.......................................................................................................   11
Introdução..............................................................................................................  12
Justificativa...........................................................................................................   16
Metodologia...................................................................................................... ..   .17
CapituloI
1 A vida dos Camponeses e as políticas de Estado................................................ 22
1.1 A Orientação geral das políticas........................................................................22
1.2 Característica do Projeto de Assentamento alegria  ..........................................22
1.3 A Perspectiva Interna do Assentamento Alegria................................................25
1.4 A Interação entre o Estado e os Assentados ......................................................28
Capitulo II:
  1. A Relevância de uma boa e forte produção Familiar.................................. 33
2.0 Um olhar a luz da questão agrária................................................................34
            Perspectiva sobre os movimentos Sociais...................................................35
            Produção Familiar: Sobre um olhar de uma unidade de sistema
...........................................................................................................................37
            Contexto Sócio – Econômico da Micro – Região de Marabá.....................40
            Agricultura e Negócio. ................................................................................42
Capitulo III
3 Contexto Histórico do Assentamento Alegria........................................................49
3.0 Característica da área do Assentamento Alegria.................................................59
3.1 Organização político institucional e Assistência Técnica...................................60
3.2 Escolaridade........................................................................................................60
3.3 Cidadania. Associação de moradores, associação de produtores, associação de mães, associação de mulheres etc......................................................................................61
3.4 Estrutura fundiária.............................................................................................62
3.5 Perfil dos Produtores Rurais..............................................................................66
3.6 A força de trabalho da unidade familiar............................................................67
3.7 Im plantação da produção..................................................................................68
3.8 A prática da produção........................................................................................69
3.9 A adoção do sistema de produção......................................................................69
3.10 Percepções do emprego da produção  .............................................................70
3.11 Custo e benefícios do sistema..........................................................................71 Considerações Finais...............................................................................................72
 Bibliografia.............................................................................................................73
Anexos. Anexo1...................................................................................................... 75
Anexo 2 ...................................................................................................................76
Anexo 3....................................................................................................................77
Anexo 4....................................................................................................................78
Nota..........................................................................................................................79
                                                   






RESUMO
De certo que este trabalho de conclusão de curso(TCC) não poderá trazer uma contribuição de forma impactante na vida dos pequenos agricultores, apesar de que este trabalho ter sido analisado e estudado, eu acompanhei os camponeses eu os observei e até hoje convivo com eles, pois também sou catequista de várias crianças lá no assentamento, crianças com uma realidade social totalmente diferente  daqui na cidade,  ou seja este trabalho  não modifica o modo de viver desses camponeses ,eles continuaram arando a terra, os projetos e parcerias continuaram a serem implantados, ou não. As mulheres camponesas continuam fora do campo político, Mas posso averedar que, mostrar as outras pessoas a realidades dessas pessoas assentadas no Pa Alegria, pessoas comuns igual a, mim e você com anseios e desejos, já é um grande resultado positivo, procura mudar a consciência dos que vivem lá , para que seja um fio de esperança de uma conscientização política reivindicado por melhorias, para  que a saúde e educação sejam trabalhadas, no local, para que pessoas do governo municipal possam ver este trabalho e ajudar estas pessoas , este trabalho não acaba aqui, ele precisa ser passado adiante.
Quando existem necessidades que precisam ser supridas, também surgem as oportunidades, que podem valer para um lado e para outro, é quando surgem as parcerias uma mão lavando a outra, o problema é quando uma mão fica mal lavada e acaba causando dor de barriga. As parcerias governamentais surgem no intuito da necessidade global de desenvolvimento econômico, são criados projetos, de caráter capitalista, que pensam apenas no econômico e deixam o lado social de. Mas... Será que desenvolvimento econômico não anda, de mãos dadas com saúde e educação? A concepção de desenvolvimento humano amplia a compreensão das questões pelo fato de considerar outros aspectos da realidade, além do econômico, para proceder às considerações e análises diversas.
Palavras - Chaves: Projeto de Assentamento, Parceria, Desenvolvimento humano, necessidades humanas.
LISTA DE SIGLAS
ADA - ( Agência de Desenvolvimento da Amazônia )
ALUBRÁS-Alumínio do Brasil S/A
AMPRA-Associação dos Mini e Micro Produtores Rurais do Assentamento Alegria
BASA- Banco de desenvolvimento da Amazônia
COOP SERVIÇOS - Cooperativa de serviços
EFA-Escolas Família Agrária
FETAGRI - Federação dos Trabalhadores na Agricultura
FATA - Fundação Agrária do Tocantins - Araguaia
IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
LASAT- Laboratório Sócio- Agrônomo do Tocantins
MST - Movimento dos Trabalhadores sem Terra
ONU - Organização das Nações Unidas
ONG - Organizações não Governamentais
PA - Projeto de Assentamento
PRONAF - Programa Nacional de Agricultura Familiar
PROINT - Programa de Inovação Tecnológica
PND - Plano Nacional de Desenvolvimento
PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro
PT - Partido dos Trabalhadores
SEAGRI - Secretaria de Agricultura
SEBRAE - Serviço  Brasileiro de Apoio a  Micro e Pequenas Empresas
UFPA - Universidade Federal do Pará


Introdução
  Este trabalho de conclusão de curso visa estudar e compreender a dinâmica dos projetos de parceria, governamental e privada, no assentamento PA alegria, a partir de uma experiência de observação, e a importância que estas parceiras estabelecem na região, assim este trabalho e de grande importância porque ele nos ajuda a compreender a dinâmica do projeto de criação caprina, junto a parcerias com a Prefeitura, SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas), LASAT (Laboratório Sócio-Agrônomo do Tocantins) e outros. Descrevendo as atividades realizadas, no assentamento Alegria em Brejo do Meio, Município de Marabá, aonde foram realizados projetos junto à prefeitura municipal de Marabá e o próprio assentamento Alegria conhecido como a antiga invasão do Zucatelli, devido ao fato que aquelas terras serem pertencentes ao antigo latifúndio da família Zucatelli logo, então confiscadas pelo governo Federal e redistribuídas a populações de renda menos favorecidas, (1) latifúndio concebido, pela família Zucatelli bastante conhecida na região, e que possui uma influência nesta, e possuidores de inúmeros gados, na região, posso averedar que o próprio INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), favorecedor da antiga política de distribuição de terras no Pará, de uma forma tão desigual, que uma só pessoa tinha uma quantidade de terra qual não era utilizada nem para agricultura e nem para a pecuária, mas que possuindo capital, dinheiro poderia comprar ou se favorecer, deste beneficio materiais, junto ao INCRA, uma política de distribuição de terra de forma corrupta, inigualável, aonde quem tem dinheiro e quem manda. Os moradores, do PA (Projeto de Assentamento) Alegria comentam o fato de muitas pessoas serem mortas e seus corpos, sepultados, em cemitérios clandestinos.___________________
1. Favorecidos também pela antiga política  militar de integração da Amazônia , desabitada , que lembra subdesenvolvimento, a oferta de distribuição de terra fáceis, concedidas pela INCRA , órgão do governo federal, que permitiu a má distribuição de terras no Pará , garantindo a manutenção dos grandes latifúndios nas mão de poucos, os que tinha dinheiro e poder, enquanto os pobres, não tinham terras para morar e nem trabalhar.
O Mais intrigante é que o próprio INCRA qual favorecera, esta família, Zucatelli. O INCRA tiraria as terras de suas mãos, e as daria as a pessoas menos favorecidas. Devido ao ato da reivindicação de reforma agrária, o INCRA não encontrou outro meio não mais inteligente do que assentar estas pessoas, os chamados sem terra do movimento MST (Movimento sem Terra). Como é o caso de pequenos agricultores, que vivem apenas da agricultura de subsistência, plantando mandioca, banana, cana de açúcar, arroz e outras variedades. Esses agricultores, não possuíam uma renda extra, até então a criação do projeto de criação de caprinos, bodes e cabras, viviam do que plantavam, se a colheita e boa eles tem fartura de comida em suas casas se a colheita é ruim eles teriam que procurar outro meio de produção. Os moradores do PA Alegria no geral, trabalham não para acumulação de capital de dinheiro e renda, mas, trabalham para garantir a suas existência humana, e mesmo se trabalhassem para acumulação de bens materiais, esses pequenos agricultores sairiam perdendo, pois que sempre ganha no final é o parasito do atravessador, que leva os produtos da roça para a cidade e lá dobram , triplicam os preços das frutas, verduras... Pois os pequenos agricultores, não possuem um meio de escoar sua produção, eles não tem carros para levar as frutas e verduras para a cidade, muitas vezes estas se  estragam lá no matos mesmo, pois o atravessador possui o melhor meio para levar a produção para a cidade. Os pequenos agricultores do PA Alegria no geral, são pessoas simples, levam em consideração aos climas da natureza, sabem  a hora de plantar ,e a hora de colher, suas relações são na maioria primárias, ou seja relacionam – se mais com os familiares, do que relações secundárias, mesmo porque o ambiente em que vivem lhes permite isto, pois eles não tem supermercados, para irem , nem parque de diversão , nem escola de informática etc... Posso averedar que estes  pequenos agricultores sabem respeitar a natureza, pois é dela que retiram a sua existência,  por exemplo: Seu Manoel personagem principal neste trabalho, come uma fruta , as sementes não se joga fora é para se plantar. Mas nem sempre a natureza é generosa com os moradores do PA, nem sempre a terra arada e garantia de sustento, tornado-se necessário outro meio de produção.        
Sendo que para resolver graves problemas relacionados a noção de desenvolvimento no sentido de promover a melhoria da condição de vida da população considerada pobre, medido através do índice de qualidade de vida da população , índice este internacional criado pela ONU (Organização das Nações Unidas)para classificar os países em função de seus níveis nacionais de pobreza.Onde os países são medidos por estatísticas relacionados a renda per capita , educação e expectativa de vida entendido como melhoria da condição de vida. O órgão Governamental Brasileiro, pressionado pelas política públicas internacionais desenvolve projetos relacionados a melhorar o bem estar de comunidades como o PA alegria que possui um projeto em parceria com a prefeitura de Marabá e junto ,com o programa do  PRONAF  (Programa Nacional de Agricultura Familiar )via BASA  (Banco de desenvolvimento da Amazônia) realizaram junto aos moradores do assentamento  Alegria criação de bodes e cabras, que garantiriam ao pequeno agricultor durante a estiagem , ter leite , e carne para alimentar a si é sua família. O projeto começou em 1999 e , onde rendeu  frutos como por exemplo primeira feira da agricultura familiar da região , que  realizou no campo do Marolão nos dia 17 18 e 19 de junho de 2005 , com o apoio do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e de outras instituições, lá teve palestras , cursos, apresentações, aonde  o pequeno agricultor familiar pôde  apresentar e vender seus produtos.
Neste projeto de criação de caprinos, onde cada família ganhou um reprodutor, um bode e duas matrizes, ou seja, as cabras durante dois anos, sob a gerência da SEAGRI (Secretaria de Agricultura) os pequenos agricultores, receberam cursos de como criar os caprinos. Essa   parceria do governo tem seu lados positivo e negativo, são facas  de dois gumes, a pobreza para os organismos internacionais, tem caráter de subdesenvolvimento, e de não preservação da biodiversidade e o homem está incluso nesta biodiversidade pois ele está em relação com a natureza ele faz parte desta natureza e ele é esta natureza. A realização destes projetos visam o desenvolvimento desta populações, entretanto este organismos internacionais medem o índice por estatísticas da renda per capita ou seja eles medem pela produção e consumo de uma população . Acredito que se os moradores do PA, mudando seu modo de produzir, ou seja, do tradicional a produzir com máquinas, será produzido mais, e eles produzindo mais, podem aumentar o capital e consumir mais, entretanto ao ver desta forma de produção os moradores do PA Alegria estariam se descaracterizando, num circulo vicioso. Neste sentido consumir é sinal de desenvolvimento assim como produzir é sinal de desenvolvimento, os moradores do PA Alegria vão pagar um preço , ou seja eles se descaracterizariam e deixariam de ser uma sociedade de camponeses tradicionais. Estas parcerias governamentais, ao implantar novos meios de produção a uma família que produz de uma forma tradicional, de uma cultura que é passada de geração a geração a muito, tempo, e dessa forma descaracterizando essas população, e se “desenvolvimento econômico” Não vem junto com educação e saúde, Posso averedar que o desenvolvimento econômico não e real, exemplificando lá no assentamento  alegria, a educação é precária , a escola é um quadrado de madeira velha , forrada de palha onde as crianças são ameaçadas por cobras que invadem a pequena sala constantemente, em relação a saúde dos moradores do PA Alegria ,  lá não tem hospital nem posto de saúde ,o mais próximo posto de saúde é em Brejo do Meio.  , e a meu ver o impacto social deste projeto poderia ser maior.
O assentamento Alegria, existe a 11 anos entretanto a 8 anos, essas pessoas foram assentadas pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e  Reforma Agrária. A problemática proposta neste trabalho de conclusão de curso, partiu dos fenômenos, para buscar o essencial, ir além das aparências, e das relações cotidianas imediatas, onde os problemas não são apenas descritos, mas também são nomeados e explicados, a fim de procurar as estratégias de ação. O que há por detrás dos desinteressados projetos, de parcerias governamentais e privados, junto aos moradores do PA alegria? Seriam estes projetos tão desinteressados assim? Sem interesses políticos, sociais e econômicos? Dê que forma se dão estas parcerias  com os moradores do PA Alegria? Dão-se de forma pacificas essas parcerias? Estes projetos são bem visto pela maioria dos moradores? O que os moradores sabem sobre estas parcerias? Quem são os beneficiados e os prejudicados com essas parcerias? Qual o proveito que esses moradores podem tirar dessas parcerias? Quem mais sai ganhando com a implantação destes projetos? Quais as conseqüências? Houve ações que tentassem resolver esse problema e fracassaram? Por quê? O que poderíamos fazer para contribuir para a resolução do problema ? Quais são as ações e os meios ao nosso alcance ? quais aqueles fora de nosso alcance?
Neste trabalho não preocupei em afirmar se as parcerias governamentais e privadas junto aos moradores do Pa alegria são certas ou erradas, são boas ou ruins, se um projeto é melhor se o outro é pior, a preocupação geral do trabalho, é de que forma estas parcerias se estabeleceriam, de uma forma ao se implantarem na região tragam desenvolvimento a nível econômico e social para região, e de que forma todos da comunidade fosse beneficiados, até os moradores que chegaram depois da implantação do projeto, e busca não se prender apenas a números estatísticos, mas buscar de uma forma mais humana, um novo olhar para um novo Ângulo qual ainda não foi visto: Os camponeses assentados e o Estado.

Justificativa
Pela necessidade de apresentar um trabalho que questione desenvolvimento a prática da perspectiva que já predominam na ONU, qual classifica os países em função de seus níveis nacionais de pobreza, como o IDH (índice de desenvolvimento humano) que mede os países apenas por renda per capita, desenvolvimento entendido como melhoria das condições de vida. Sendo que este trabalho de conclusão de curso, também apresenta a contribuição desta parceria, prefeitura e assentamento e como se deu esta relação.
A relevância deste trabalho está em apresentar e analisar um projeto que possui interesses, de ambas as partes, os moradores do assentamento e a própria instituição, analiso como se dá esta relação, os motivos as conseqüências, sendo que a contribuição deste relatório é de cunho cientifico, pois dá formas, estabelece limites e fronteira, dentro desta relação de parceria. Quando eu digo que este trabalho escrito dá forma a relação de parceria saliento, que este trabalho mostra de uma forma estruturada como se deu esta relação morador do assentamento e a instituição representada, num âmbito de realidade, ou seja, o projeto pode ser mostrado fora do papel, não apenas como uma expectativa a ser vivida , mas como algo vivido, de uma forma em que algo foi planejado, projetado, saiu dos planos e virou realidade estabelecida, realidade que fez com que os agricultores que tiveram que lidar com o novo , e apostar e acreditar neste novo, e observar  que o novo sempre nos dá medo. Pois acreditar no novo e como dá um salto no vazio. Surgiram dúvidas com alimentar os caprinos? Como cuida-los quando estiverem doentes? Como cuidar de suas crias quando estiverem para nascerem? Como tirar o leite das cabras? como aumentar a produção de caprinos para que todos da comunidade se beneficiem , sem que aja concorrência entre os pequenos agricultores ? Como dividir melhor o rebanho? Como vender, a que preço os caprinos? Este projeto em parceria uniria mais as relações sociais entre os moradores do PA Alegria?
 Responde Sr. Manoel que: Este projeto melhorou a relação, entre eles, pois ficaram mais unidos, participando de atividades comuns, pessoas de diferentes famílias tocando o mesmo rebanho, o que na lavoura seria diferente, cada família cuidaria da sua própria lavoura, Sr. Manoel continua: “_ Este projeto melhorou a relação entre nós’’ , participando  de reuniões e cursos, em uma casinha sede, feita de madeira onde lá todos os assuntos, da comunidade do assentamento PA Alegria são discutidos.Além do que as cabras são boas produtoras de leite , e antes o leite que era comprado em Brejo do Meio, ou de vacas de fazendas próximas, atualmente o leite de cabra é distribuído gratuitamente para a comunidade do PA Alegria . Posso averedar , que não é do meu interesse neste trabalho,  apontar se o projeto de produção caprinas é pior ou melhor  que o projeto de cria de galináceos , também promovido pela prefeitura de Marabá ou  se as parceria da prefeitura é certa e a do SEBRAE é errada, não existe uma formula mágica, para solucionar problemas sócio - econômicos, as parcerias existem como modelos que precisam ser aperfeiçoados sempre, se acertamos ou erramos no presente, nossa construção histórica nos projeta para o futuro, para que o futuro seja construído de uma forma que todos em comum sejam beneficiados.

 

METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho de conclusão de curso, não é de alta tecnologia, mas busca com poucos recursos didáticos, barganhando de uma forma, que todas as informações sejam contidas para elucidas algumas dúvidas ainda existentes e persistentes.
Utilizei o método de entrevista, perguntando de forma humilde, moradores sobre o acontecimentos numa pesquisa participante, aprendi que a primeira coisa que devemos estar munidos, é de humildade, conhecimento teórico sobre o assunto abordado, ler bastantes livros,sair do senso comum, e se deixar estranhar pelo obvio, buscando um novo olhar sobre um ângulo que ainda não foi visto,como nos ensina Popper.Também aprendi que “ O  primeiro fio, fé lógica do pesquisador deve ser não o seu, o de sua ciência , mas o da própria cultura que a vivem.” (BRANDÃO, 1984 pág.42).
Ou seja, eu não me fiz uma pequena agricultora do assentamento nova alegria para entender o que os moradores de lá queriam me mostrar, mas como disse Marx: “É necessário que o cientista e sua ciência sejam primeiro um momento de compromisso e participação, com o trabalho histórico, e os projetos de luta do outro, a quem, mais do que conhecer, para explicar, a pesquisa pretende compreender para servir.”.
Deste modo eu servindo-me do método, que é a pesquisa participante, observando o relato dos moradores do PA Alegria, observou o modo de suas vidas e trabalho, não busquei uma pesquisa de caráter quantitativo cheio de números estatísticos, mesmo porque só os números estatísticos não supririam a minha pesquisa, este trabalho foi idealizá-lo, com caráter qualitativo, observando as relações, o modo de vida dos pequenos agricultores do PA Alegria .Buscando de uma forma mais neutra possível, sem parcialismo,sem puxar sardinha para um lado ou barganhar em outro, buscando o racionalismo e a neutralidade cientifica de Max Weber, para não favorecer, um partido político ou outro,
“A pesquisa, com efeito, qualquer que seja a forma que ela assuma, possui uma orientação discursiva sob a forma mais simples, esta orientação, implica, enquanto fundamento sintático, a transformação interrogativa, das sentenças, afirmativas. Ora, tal transformação não é de modo algum, inocente, e se nos divertimos em desmontá-la para reconstruí-la, temos rapidamente a sensação de que essa transformação no inverso vai bem além porque diz muito mais do que o sujeito do enunciado queria dizer, isto é, vai muito além das condições, de produção de seu enunciado (...) Se admitimos então que toda transformação interrogativa implica a manutenção dos pressupostos que o interlocutor, deve aceitar em sua resposta, poderemos, propor, reciprocamente que as sentenças, interrogativas veiculam proposições, que são passíveis, de ser determinadas. Indo ainda mais longe, podemos levantar a hipótese de que esses pressupostos são elementos de um sistema de representações sociais que caracterizam uma concepção de mundo’’.
A questão aqui não é a utilização da pesquisa para fins de exploração, dominação ou manipulação, mas, entretanto a própria natureza da pesquisa.
  O outro recurso metodológico foi à utilização de fotos. Fala se da Sociologia, “_ As palavras substituíram as coisa. Curiosa ciência do real em que os sons, os odores, a imagens, os relevos e os gostos estão muito pouco presentes”.
  Diz Carlos Rodrigues Brandão, - “Quando se trata de exprimir as necessidades, percebidas, porque não tomar possível o uso da expressão gráfica, da fotografia, da exposição de objetos, da dança, dos passeios, das experiências com plantas medicinais etc.? Pedir aos aldeãos, pesquisados, que façam uma exposição sobre a sua situação vivida pode ser um excelente meio em vista deste objetivo.”.
E realmente é, poder ir além da escrita, e mostrar imagens coloridas, imagens que fazem parte desta realidade, ultrapassar a comunicação oral, e utilizar dos sentidos visuais enriquecendo este trabalho com o uso de um grande número de códigos, a torna mais interessante.






















CAPITULO I










O primeiro capitulo caracteriza a vida dos camponeses residentes no assentamento Alegria, considerando a política especifica que o Estado direciona ás populações assentadas. Este trabalho de conclusão de curso (TCC) é composto de três capítulos, o segundo capitulo apresenta, as necessidades de uma boa e forte produção familiar, pois evita o êxodo rural e o inchaço populacional nas cidades ao passo que uma boa e forte produção familiar, evita que as pessoas do campo, busquem novas oportunidades na cidade, pois as oportunidades já se encontram no campo. Este capitulo trabalha com leitura de livro feitas durante o processo do trabalho, obras como , o cerco está se fechando de Jean Herbert , Faces do trópico úmido, de Edna Castro e Pinton  Florence entre outros,me proporcionaram um embasamento teórico , este livros me deram suporte para realizar este trabalho.
Já o terceiro capitulo está realizado basicamente a pesquisa feito in loco, no assentamento Alegria, e destaca os fatores econômicos daquela comunidade, aborda, por exemplo, a característica da área do município e do assentamento, a organização político institucional, assistência técnica, escolaridade, cidadania, associações, estrutura fundiária, perfil dos produtores rural, a força de trabalho da unidade familiar, ou seja, este capitulo aborda a entrevista que eu fiz com os moradores do assentamento.Este capitulo também aborda basicamente da produção em si no assentamento Alegria, como por exemplo, a implantação da produção, a prática de produções, a adoção de um sistema de produção, percepções do emprego da produção , custos e benefícios do sistema e finalmente o custo de implantação e manutenção do sistema no PA alegria e a viabilidade da produção caprina

CAPITULO I

1. 0 A VIDA DOS ASSENTADOS E AS POLITICAS DE ESTADO
            A Orientação geral das políticas.

O Estado se constitui em uma organização burocrática que planeja, elabora, implanta e acompanha a execução de política de acordo com estratégias associadas à realização dos próprios objetivos definidos pela burocracia que planeja, executa e fiscaliza conforme os seus compromissos com setores sociais e também, de acordo com a própria competência técnica. Que está no conhecimento e no uso adequado de instrumentos que proporcionem os resultados esperados.
            Numa sociedade de classes, os compromissos e a competência da burocracia de Estado procuram privilegiar as frações sociais e dominantes. Eles ficam em segundo plano na definição das políticas.

            Característica do Projeto Alegria
O Projeto de Assentamento Alegria, no assentamento Alegria que fica próximo ao Brejo do Meio no estado do Pará, a uns 20 km do município de Marabá em contraponto a visão de que realmente exista este desenvolvimento econômico no assentamento, junto a parcerias governamentais. Portanto  visto que em alguns momentos, os pequenos agricultores, se viram abandonados, por essas parcerias governamentais, no caso Municipal, falta de infra estrutura, um dos agricultores fala : __ Têm muita promessa do governo, eles só procuram o assentamento, quando tem um projeto, e como se eles criassem estes projetos para embolsar dinheiro. Até hoje eles não nos deram os documentos sobre o projeto de criação de caprinos.
Estou lá observando quase dois anos, sempre vou lá aos domingos, e realmente vejo as suas necessidades, falta estrutura para a implantação dos projetos, o lugar onde os caprinos, ficam são galpões de madeira, os currais também são de madeira, onde fica apenas um funcionário, vigiando os animais, ele recebe apenas um salário mínimo R$320,00 reais, para vigiar os animais, a perda da produção e geralmente pelo atropelamento das cabras e dos bodes, por veículos que ali transitam, geralmente são caminhões que carregam madeiras exploradas da mata nativa, caminhões pesados quebrando as pequenas pontes improvisadas de madeiras que dão acesos ao assentamento Alegria.
Certa parte do dia os animais são soltos  para comerem capim, e atravessam a estrada e aonde os veículos, carros, caminhões, ônibus, passam por cima dos animais.Outra baixa da produção são os cachorros que comem os filhotes das cabras que acabaram de nascer, muitos cachorros foram mortos a bala , por comerem os cabritinhos, no mais, diz Manoel __ É mais, rentável criar cabra, do que vaca, porque as cabras parem mais vezes que a vaca , e elas procriam mais rapidamente que o gado, uma cabra nós vendemos por R$120,00 reais.
Outra vantagem dos caprinos, é que para eles se alimentarem não existe muito, gastos eles comem tudo que vêem pela frente, e diferente do gado, diz Seu Manoel: _Cabras são mais ecologicamente viável, pois diferente do gado não exigem grande destruição da mata natural para o pasto. A questão ambiental também é um fator importante no assentamento Alegria, assim como o Sr Manoel, que é o vice _ presidente da associação dos moradores, outras, pessoas que moram lá preservam a mata nativa, arando parte da terra para a lavoura e deixando a outra parte intacta, para que os pequenos animais, que vivem lá, macacos, pacas, capivaras, araras, periquitos, tucanos, preguiças, e outros animais, possam ter seu lugar para se  alimentar e viver , ao invés de invadirem a lavoura para comer frutos,como até hoje são atacados os pés de mamões e abacaxis da plantação de seu Manoel, por macacos, e pacas.
Entretanto existem pessoas, no assentamento que possuem carvoarias, e desmatam a terra para arrancar a madeira para vender, e no lugar nada plantam. Caçam os animais que ali vivem. E o  órgão governamental responsável o IBAMA  (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente),não faz uma fiscalização satisfatória aos moradores do PA. Outro fator intrigante são as pessoas, que chegaram lá, e conseguiram se assentar, mas não utilizaram a terra, apenas venderam a terra para outros para morar na cidade diz o seu Manoel que: _ “Apenas 30% (por cento) das pessoas fizeram isto, o resto realmente moram lá, os recém-chegados, não tem conflitos com os que moram lá a mais tem tempo diz Manoel, todos vivem em solidariedade, um ajudando o outro, trocando muda de plantas, ajudando no que o outro precisa, num clima solidário, em relação de parentesco.”.
 Continua Seu Manoel: _ “Aqui não existe descriminação.” Eles também não estão ligados a nenhum partido político. Diz Manoel: “__ Partidário livre”. Aqui no assentamento eles não si consideram independentes da cidade, eles fazem compras como açúcar, sabão, remédio em Brejo do Meio e Marabá, mas, ainda faltam muitas atividades a serem feitas, neste lugar, uma escola decente de tijolos com porta e janelas, atualmente as turmas são de 1ª  a 4ª série com dois turnos, um de manhã e um a noite , o banheiro não tem portas , a professora não é concursada apenas é contratada . Existem também outros projetos no assentamento, como apicultura e horta mais esses dois e de caráter individual e não de caráter público.
Sobre o projeto criação de caprinos, o objetivo segundo a secretaria da prefeitura de Marabá é o agricultor, trabalhar melhor, com a cria de animais, o excedente é investir lá dentro, fazer, que o pequeno, produtor, tenha seu animal, lá dentro, e multiplique o projeto. Já o objetivo do projeto melhoria da qualidade do couro  segundo o  SEBRAE é promover o desenvolvimento, do setor, de couro bovino e artefatos na região do sul do Pará incluindo Marabá,  priorizando a melhoria do couro e a conseqüente agregação de valor ao produto final.ampliando os níveis de ocupação e renda na região do PA alegria localizado no município de Marabá.

 

 

 

1.3 A PERSPECTIVA INTERNA DO ASSENTAMENTO ALEGRIA

Ao analisar e atuar “in locus”, com os moradores do PA Alegria perto do vilarejo Brejo do Meio, neste momento de pesquisa qualitativa, foi importante compreender, numa perspectiva “interna” qual é o ponto de vista dos indivíduos ou dos moradores acerca da situação que eles vivem. Qual a percepção destes sobre as situações? Como eles as interpretam? Qual o seu sistema de valores? Quais os seus problemas? Quais as suas preocupações, procurando apreender a lógica dos pesquisados, pois importa compreender, a história vivida, revelada pela memória individual e coletiva, Quais são os conflitos, a desconfianças, Quais as oportunidades que elas lhe parecem oferecer? Quais as suas capacidades de apreendê-las e utilizar? Preocupando-me também com a questão da subjetividade, pois meu ponto de vista deve ser combinado e articulado com a análise das situações vividas, mas a partir de uma base teórica, que não distorça o mundo real, ou seja, procurando um conhecimento mais objetivo dos problemas. Ir além das aparências e das relações cotidianas imediatas. Vivenciando a realidade dos pequenos agricultores do PA alegria, como eles trabalham como eles se mantém quais a suas perspectivas junto ao projeto, a sua função social, as ações efetivas que estes conduzem ou os objetivos que perseguem, pois o próprio termo “comunidade” faz relativamente referência a um conjunto de indivíduos relativamente homogêneo, pois este termo comunidade, máscara os interesses, opostos, que existem, entre os grupos sociais porque estes ocupam posições, diferentes, no processo de produção. Como escreve Eric Wolf :
“O antropólogo, com sua experiência em comunidade restrita, sabe que, por sua maneira de pensar, e por seu comportamento, o arrendario, se distingue do proprietário, o camponês pobre do camponês, rico, o agricultor, artesão do simples lavrador, o camponês se, responsável, por todas as operações agrícolas, em sua fazenda alugada ou comprada, do trabalhador, assalariado, que trabalha, por dinheiro sob a tutela de outros. Ele sabe também que convém distinguir, entre o camponês que vive perto de uma cidade, e que participa dos assuntos, e do mercado, urbano, e aquele que vive numa aldeia, isolada, entre o camponês que começa, a enviar, seus filhos, e filhas para as fábricas, e aquele que continua, trabalhando nos limites, do seu pequeno universo, rural.” As distinções entre  propriedade, e participação na propriedade, em relação, tanto com os mercados, quanto, com os sistemas de comunicação, tudo isso parece-lhe, importante quando ele observa populações em campo “. Wolf  1995 pág.27
Apesar de Seu Manoel ter citado anteriormente que, todos no assentamento Alegria, são iguais, e não há disputas entre si, eles se diferenciam, existem pequenos agricultores que possuem carvoaria e maquinários, e outros, pequenos agricultores que nem animais, como vaca ou boi possui em suas terras, logo então , significa que eles não são totalmente iguais, existem agricultores que tem mais necessidades que outros, há agricultores que necessitam mais da relação de “parentesco “ do que uns, e outros , que não necessitam tanto, existem pequenos agricultores que necessitam mais dos projetos das parcerias governamentais, como o projetos de criação caprina, , e outros  que não precisam tanto destes projetos governamentais, como é o caso de seu Acácio  que é vizinho de seu Manoel, Acácio é um empresário,  dono de uma copiadora, ele tem um caseiro que cuida de sua terra no PA Alegria , enquanto ele trabalha na cidade de Marabá e só retorna aos domingos ao Assentamento, ele tem dinheiro suficiente para mandar um trator arar suas terras e até fazer uma represa, para criação de peixes, ele não foi assentado pelo INCRA, ele conseguiu a terra comprando-a de uma antigo morador que havia sido assentado pelo INCRA. Nas reuniões comunitárias, feitas no barracão comunitário, do PA Alegria , nem todos os moradores querem apresentar sua opinião,  ao discuti junto a técnicos, e engenheiros, Se eles(Os Moradores do PA)iriam querer realmente  a implantação do projeto de criação de caprinos  no assentamento, os não participante da reunião estavam mais preocupados arando a terra, colocando palha na casa, colhendo arroz, deixando que alguns , resolvessem tomar as decisões, de implantar ou não os projetos previstos. Ao passo que os envolvidos, realmente nas discussões os que participavam das reuniões, tomassem as decisões. Nessas reuniões como previsto sempre Havia muito bate boca, e cada um queria puxar para seu lado, o governo lutando para que o projeto fosse aceito pelos moradores, e os moradores verificando se este projeto seria realmente útil para a comunidade, e alguns membros da comunidade tentando levar proveito sobre os outros.
Deste modo, podemos verificar que os moradores do PA Alegria não são de um todo homogêneo, em relações sociais harmoniosas, onde predominariam relações  de coordenação entre os membros que a constituem, Eles ressalto, não são um conjunto de indivíduos ou de famílias, ligadas por um consenso social, ou por um sistema, de valores comuns, que lhes, permitisse afirmar uma identidade e se opor ás diversas, agressões exteriores .Os interesses, problemas e necessidades dos camponeses,  não  serão os mesmos, do artesão , dos comerciantes, ou do camponês, médio, proprietários de uma extensão de terra, que lhe permite a sobrevivência de sua família. As “representações” das situações, vividas, ou as aspirações, podem variar, segundo as características, religiosas e ideológicas. Deste modo o meu trabalho assume um caráter, que está a serviço dos humildes, venho a trabalhar junto a uma categoria camponesa.
            De certo que este projeto em parceria, com instituições governamentais, não vieram de forma dada, ou por o governo ser um governo, bonzinho sem visar interesses, econômicos e políticos, houve certa luta por alguns moradores do PA Alegria em não aceitar o projeto. E alguns dos moradores que não se envolveram no projeto deixaram, que moradores mais antigos, e com mais representatividade local tomassem as decisões. Em alguns momentos, os pequenos agricultores mesmo com o projeto implantado, relataram terem ficados sozinhos, abandonados pelo governo, sem a manutenção devida e sem a assistência que eles realmente precisam por parte do governo, repito o que o seu Manoel falara anteriormente.
__ “Eles, só vêem aqui, quando tem projeto, parece que eles fazem estes projetos para embolsarem dinheiro”.
E importante notar essas diferenças sociais, ao realizar este trabalho, porque nos dá a dimensão do problema. 








1.4 A interação entre o Estado e os Assentados.


O problema de que os moradores de assentamentos, para melhorar sua qualidade de vida socialmente e economicamente, não se resolve com fórmulas mágicas, e nem só com a criação de projetos e parcerias governamentais e privadas, que ao longo do projeto os pequenos agricultores são abandonados, com falta de recursos de infra-estrutura e suporte, é preciso um acompanhamento até o final do projeto num compromisso sério assumido por ambas as parte. Sem falar que antes da implantação de um projeto as questões devem ser analisadas e respeitadas quanto a cultura e tradição dos moradores do assentamento, caso contrário todo a estrutura do projeto estará comprometida, e desacreditada por todos os moradores dos assentamentos e todos os projetos que virão no futuro será visto com desconfiança, e haverá relutância por parte dos moradores para aceita-lo. Deve se em primeiro plano buscar alternativas já existentes, e incentivos, por exemplo, se são pequenos agricultores, o certo que a agricultura seja incentivada , por que eles tem anos de tradição numa cultura e demorará um certo tempo para se adequarem  a outra cultura. Por exemplo, se eles trabalham com a terra, plantando arando, as instituições governamentais e privadas devem incentivar, com envio gratuito de grãos, auxilio de maquinários, que na maioria das vezes são muito caros, mutirões comunitários, para a construção de paióis para guardar  as sementes, e os grãos para um momento de estiagem, mutirões  comunitários para a construção de celeiros, incentivos para a aquisição de veículos, que ajudem no escoamento da produção, evitando assim que os atravessadores, saiam lucrando nas costa dos pequenos agricultores, beneficiamento e enriquecimento das terras que estão sendo aradas, para que aumentem a produção de frutas , verduras , cereais .etc.Muitos projetos fracassaram porque ele não condizia com a realidade , da comunidade, vou citar dois exemplos, o caso dos índios aqui no Pará que se viam obrigados a plantarem soja , porque na visão do governo era mais lucrativa, foi uma tragédia ,os índios acostumados apenas com a cultura da mandioca, se viram passar fome ao lidar com um alimento desconhecido por eles. O outro caso foi o incentivo do Banco de desenvolvimento da Amazônia a pequenos agricultores, criarem bois e vacas, também foi uma tragédia muitas pessoas acabaram endividando – Se com o banco, por não terem suporte técnico e veterinário para a criação dos bovinos.
A meu ver, esses projetos e parcerias não parece estarem realmente preocupados na manutenção de suporte e infra-estrutura junto aos agricultores, parece-me que os responsáveis pela criação dos projetos e as organizações internacionais, estão mais interessadas, no fator consumismo e produção quando falamos de capitalismo e desenvolvimento, eles confundem que o desenvolvimento econômico, venha junto a grande produção ou o mudando o próprio modo de produção e os meios de produção, mudando de forma indiscriminada a tradição do camponês, e ou do nativo, eles confundem desenvolvimento econômico, sem desenvolvimento social, sem saúde e educação. Atrás desses “desinteressados” projetos econômicos existem perigosos interesses políticos, que podem envolver de uma forma o camponês, que ele se não bem orientado pode virar, massa de manobra, para ser utilizado como objeto de ideologias, campanhas políticas na politicagem, objeto de exploração e dominação. Já que essas parcerias e projetos surgiram para suprir necessidades, mas que na verdade esses projetos não as suprem, não basta criar projetos disto ou aquilo, é preciso muito estudo, junto à comunidade, pois é ela quem vai dizer o que  necessita como disse o professor Mário da UFPA (Universidade Federal do Pará) “Para que aja o casamento, o noivo precisa primeiro saber se a noiva quer casar”.
Pois pela maioria dos moradores do Pa alegria os projetos são vistos com desconfiança, porque muitas vezes esses projetos deixam os camponeses a mercê do governo, Exemplificando: quando há reunião no barracão comunitário, do PA alegria, só alguns representantes participam na sua maioria homens, sendo que as mulheres são minorias na participação política da comunidade, ficando a cabo as decisões de aceitarem ou não os projetos e parceria implantada, no assentamento as pessoas que participam dessas reuniões, que muitas vezes, acabam num bate boca, e alguns moradores tentando tirar vantagens ou do governo, ou dos próprios moradores do assentamento, e do outro lado o governo, tentado a todo custo fazer que o projeto seja aceito pelos pequenos agricultores, e também existem os camponeses ,que estão lá na reunião , interessados no bem comum , numa melhoria justa e igualitária do assentamento.Sendo que alguns desses moradores pouco sabem sobre essas parcerias enquanto outros representantes, ficam encarregados, de passar as informações para aos que não sabem. Lógico quem está a marginalizado ao projeto não será beneficiado, aquele morador que chegou depois do projeto ser implantado, não vai poder tem um bode ou uma cabra para criar, os que não foram cadastrados também não puderam se beneficiar sendo assim que o projeto que seria de impacto geral, beneficia apenas alguns moradores. Deixando que outras famílias, fiquem fora do projeto. Também não posso apontar quem sai ganhando mais nessas parcerias, se é o pequeno agricultor ou o governo e instituições privadas, é perigoso ariscar, mas estas parcerias existem para “uma lavar a mão da outra”, mas se uma das mãos ficarem mal lavada vai causar dor de barriga. O projeto que não se estabelece acaba em ruína e descrença. Seria mais econômico para o governo se ele ao implantar junto a esses projetos de desenvolvimento econômico, projetos de educação e saúde, evitaria desperdício de dinheiro público. Pois lá os projetos de desenvolvimento econômicos sempre vieram sós, híspidos, deixando a educação e saúde de lado, nada fora feito para resolver este problema, lembro-me de Marx quando ele diz: “Que o erro do capitalismo, não é a acumulação do capital, mas é porque o capital tem por si um fim próprio acumulação, deixando de lado o social.”.
Mas o que podemos fazer, para resolver este problema, é um problema sozinho em si, é o problema de uma só pessoa? Ou de uma comunidade inteira interessada em mudanças, interessada em melhorias? Claro que depende de todos os moradores da comunidade, eu disse todos, os que participam do projeto, os que não participam do projeto, aquele que vai às reuniões, aquele que não vai às reuniões, aqueles que são beneficiados pelos projetos, aquele que não são beneficiados pelos projetos, reivindicar, exigir durante as reuniões que a educação e a saúde também sejam vista assistidas, é preciso uma conscientização política e participativa, da comunidade, para que seja alcançado o bem comum.










                     Capitulo II
O segundo capitulo apresenta, as necessidades de uma boa e forte produção familiar, pois evita o êxodo rural e o inchaço populacional nas cidades ao passo que uma boa e forte produção familiar, evita que as pessoas do campo, busquem novas oportunidades na cidade, pois as oportunidades já se encontram no campo. Este capitulo trabalha com leitura de livro feitas durante o processo do trabalho, obras como , o cerco está se fechando de Jean Herbert , Faces do trópico úmido, de Edna castro e Pinton  Florence entre outros me proporcionaram um embasamento teórico , este livros me deram suporte para realizar este trabalho.

                                                                   















CAPITULO II
2. A Relevância de uma boa e forte produção Familiar.
            O Aumento da população nos centros urbanos os quais já estão com problemas de inchaço populacional, como desemprego, falta de perspectivas dos jovens, falta de oportunidades de trabalho, falta de moradia educação e saúde, inchaço populacionais que causam problemas sociais como o crime, a violência, o roubo e outros têm como fator de contribuição o crescente êxodo rural, onde são vários os fatores e que não cabe aqui neste trabalho a enumeração deste, mas são fatores rotineiros como, os programas destinados aos moradores da zona rural, geralmente, mostram-se inadequados em face da real necessidade desta população. Cujo fator está em grande medida, atrelado ao não – reconhecimento das particularidades das unidades de produção familiar e á falta de adaptação teórica e metodológica daí resultante, causando assim uma baixa produção, que produz um baixo capital, e que finalmente traz outros problemas, como o êxodo rural para a cidade em busca de uma melhor perspectiva de vida Muitas são as contribuições do pequeno produtor familiar , assim como este é um fornecedor de matéria – prima exemplo fibra de juta para o beneficiamento em indústrias, etc..principalmente na questão ecológica , onde os grandes latifundiários derrubam e queimam  milhares de hectares de floresta nativa, para fazer pastos para a criação de gado, ou grandes extensões de plantações, cada vez mais aumentam a sua produção para os consumidores da cidade e a população esta crescendo  cada vez mais. Assim esgotando e enfraquecendo o uso do solo. Pois sua prática sócio-econômica e seus saberes ecológicos são uma alternativa de reprodução social.
                                                  A falta de uma melhor formação do homem do campo refletido nos baixos índices de produção e produtividade pelo uso de técnicas de cultivo inadequadas á realidade da região. O resultado dessa combinação de fatores é o crescente êxodo rural descontrolado e a dramática redução da população rural, que contribui cada vez mais, para o aumento da concentração de terra e renda no campo, como conseqüência desse quadro temos, o aumento da população dos centros urbanos, gerando inúmeros outros problemas sociais ( FETRAGRI , 2001 ) .





2.0 Um olhar a luz da questão agrária.
Sintetizando, a questão agrária a meu ver, está norteada em dois elementos.
(A) concentração fundiária
(B) renda capitalizada da terra (a terra desvalorizada, podendo ser vendida para gerar valor).
A concentração de muitos hectares de  terra , nas mãos de poucos , resultam conseqüências  como a desapropriação de terras  pelas pessoas, e reforma agrária, que se dá muitas vezes por movimentos sociais que são mais de 39 movimentos existentes no pais, essas pessoas que buscam no campo uma oportunidade de melhores perspectiva de vida , ao conseguir a posse da terra que deparam com uma produção rural baixa , pois este produtor não fica com a maior parte da produção, e muitas vezes a solução é a venda da terra .esta luta pela terra pode ser vista como uma luta popular, esse processo de luta pela terra é um espaço de socialização política momento em que as famílias rurais se encontram para discussão num território onde se encontra  o movimento social mas, quando ao passo que as famílias vão vendendo a terra o capitalismo vai materializando no território e se expandindo na rede da terra, assim surgindo três paradigmas ( são pensamento teóricos políticos diferentes ) .
A) fim do campesinato
B)fim dos trabalhadores rurais
C) metamorfose dos trabalhadores rurais.
Ao passo que o capitalismo vai avançando com mais força os produtores rurais vão vendendo as suas terras, e o campo vai se tornando propriedade capitalista, eles se associam a política do campesinato.
A metamorfose dos trabalhadores rurais seria uma mudança metamorfosica, produção familiar, num agro-negócio moderno. O  produção familiar, o campesinato deixaria de ser um modo de vida e seria um negocio profissional.O capitalismo coloca a culpa no produtor rural se a sua produção não vai, bem sem considerar o meio ambiente, e as taxas de juros dos créditos dos bancos , quantos endividados
 Produtores rurais e pela seca em suas plantações tiveram que dar a sua terra aos bancos?
O sistema Capitalista põe a culpa no agricultor e nega que a reforma agrária e o campesinato se recria, enquanto o capitalismo cresce e destrói o produtor rural.recriando o campesinato logisticamente .A idéia estabelece a lógica para o mercado, integração do capital, ações que vão ao  comportamento, assim estimulando a competitividade, empreendedora.Exemplificando a produção no campo ao olhar do sistema capitalista se baseia na monotecnologia, enquanto a produção rural de faz pela diversidade, ou seja as grande siderúrgicas da região estão comprando terras de assentados ou estão pagando ao produtor rural , a plantarem um só espécie de plantação do eucalipto, ( que não deixa que ou planta se desenvolva perto de si , e retém bastante água secando a terra ) para mais tarde ter carvão vegetal, para alimentar suas caldeiras sedentas de ferro gusa.já o produtor rural para manter se na terra, tem que desenvolver em várias atividades, hortaliças, verduras, criação de caprinos, abelhas, piscicultura, etc...
            Enfatizando que é necessário fortalecer o produtor rural com práticas políticas que resistam ao capital não negando o estado, mas penetrando em suas fissuras. (Evandro na Palestra do dia 27 01 2006 na UFPA). 


2.1. Perspectivas sobre os movimentos sociais
As lutas de classes, os movimentos sociais são uns modos de socialização, a concentração de terra nas mãos de poucos, pressionam uma classe da sociedade, a classe camponeses a lutar por terras, seja da forma que forma pacificamente ou através de invasão de órgãos públicos, pressionando o governo a desocupar terras e criam projetos junto ao INCRA, com os PA (Projeto de Assentamento). Nos anos 60 e inicio dos anos 70 o governo no intuito de desenvolvimento criou a Transamazônica e o Plano de desenvolvimento da Amazônia, que trouxeram para a região norte um número significante para a região através da migração de pessoas principalmente no nordeste e do maranhão, para a região buscando melhores perspectivas de vida, desabrochando o conflito por terras, ora por camponeses, e indígenas, e vise – versa, ora camponeses, fazendeiros, e vise versa., ora fazendeiros indígenas.as histórias de massacres de pessoas por causa de terras são constantes até hoje.nas décadas de 80  a  característica  dos movimentos sociais nos assentamentos seriam por aposentadoria , nas décadas de 90 por créditos e final dos anos 90 a característica e a estruturação do movimento.os movimentos sociais se caracterizam :
A) Formal (coorporativas e associação)
B) Informal
Com o passar dos anos os movimentos sociais foram se organizando e atualmente eles estão bem estruturados, já possuem um sindicato, já possuem seus direitos e deveres, e podem ser visto como cidadãos.
            Uma das maiores dificuldades do produtor rural é a escoação dos produtos, como banana, cupu, caprinos, hortaliças, mel ,peixes, galinhas, milho, mandioca, café , abacaxi etc.., pela dificuldade de transporte, ou carros, ou caminhonete,  etc, dependência de gasolina etc. Pois a cidade nem sempre a cidade e perto da zona rural, e a produção rural depende da cidade para garantir o lucro da sua pequena produção, e quem sai ganhando com isto é o parasito do atravessador, que nem produtos, nem ara a terra, nem tem preocupação nenhum ligada ao meio ambiente e que sempre sai ganhando sobre o produtor porque ele é quem ganha mais dinheiro só para transportar os produtos da zona rural para a cidade, sendo que o produtor rural que foi ao banco pedir crédito para comprar as sementes para plantar , ele que arou a terra, junto a seu filho ele que rezou pra seca não chegar , ele que cuidou da terra que esperou pacientemente o momento certo para colher , a sua produção. Mas sem recurso para transportar sua produção para a cidade, vende a um preço irrisória para o atravessador, que já achou tudo pronto. Sem que com o dinheiro arrecadado invista no assentamento.
            As cooperativas aparecem neste momento para dar mais comodidades, ao pequeno produtor rural, ela se encarrega desse escoamento de produção, o pequeno agricultor quando produz procura a cooperativa que aciona seus meios na cidade. Mas a meu ver, as cooperativas também são um tipo de atravessador, mas penso que o lado positivo é que elas investem no assentamento é o atravessador propriamente dito não.
             A organização de movimentos sociais como o MST e uma outra vitória por parte da organização a criação de sindicatos e cooperativa, o lado negativo esta por parte da corrupção humana de pessoas de má fé em entram nesses movimentos, com o pensamento premeditado de ao conseguir a terra, vende-la imediatamente, como geração de valor. Mas a organização do homem em sua sociedade, e sinal de desenvolvimento humano, visando à igualdade entre esses.
                            

2.2 Produção familiar: Sobre um olhar de uma unidade de sistema.
Sistema é um modo artificial criado pelo pensamento humano para representar organizações concretas. Modelo não é a realidade, mas uma imagem datada da realidade, considerada aceitável pelo produtor rural, por exemplo, no momento que é estabelecido. Ou seja, a unidade de produção familiar não sendo um sistema propriamente dito pode ser considerada um modelo sistêmico.
            Le moigne,(Apud),Arlindo Jesus Prestes Lima,2001pág.50 descreve um sistema como “ um objeto que dentro de um meio ambiente e dotado de finalidade, exerce uma atividade e vê sua estrutura evoluir ao longo do tempo, embora não perdendo sua identidade única”. Rosnay (Apud),Arlindo Jesus Prestes Lima,2001pág.65, define sistema como “ um conjunto de elementos em interação dinâmica, organizado em função de um objetivo’’.Logo posso averedar que os elementos constituidores de uma unidade de produção vista como um sistema são os chamados insumos ou seja os produtos, serviços, e subprodutos ou que são consumidos ou estocados, que são transformados ou vendidos, os meios de produção são os animais , as instalações ,as máquinas os equipamentos etc.. A reprodução do sistema está associada a existência destes fluxos.Sendo que para que o sistema e ou  a produção familiar se mantenha é necessário que estes fluxos não se desequilibrem . Para isso devesse ter um reservatório de estoque destes fluxos, como, estoque de adubo, feno, poupança disponibilidade de crédito junto a bancos e outros. Entretanto um sistema em equilíbrio na produção familiar não corresponde necessariamente a realidade  pois o meio em que vivem está constantemente em desenvolvimento e adaptação.O produtor familiar deve administrar esses fluxos da melhor maneira possível, lutando pela regulação do sistema e a sua reprodução quando os objetivos não evoluem.
            A produção é propriamente dita como um sistema aberto, que mantém relações com o meio ambiente físico, socioeconômico e cultural onde o meio ambiente e um conjunto de elementos de fenômenos de fatores externos e ou internos que influenciam  a determinar mais ou menos a ação dos produtores rurais. Neste meio ambiente também existem trocas de relações sociais solidariedade ou conflito enfim o meio ambiente é um lugar de ação que pode agir de forma ativa ou passiva para o produtor.e este sistema de relações no meio ambiente e que influi na produção . Pois como assinala (Brossier, Apud, Arlindo Jesus Prestes de Lima 2001 pág 24) gerir é a capacidade de negociar com o meio ambiente para melhor atender os objetivos esperados.
            Observar e abalizar a unidade de produção como um sistema é considerá-la como um conjunto de inter-relações e interações existentes em seus elementos.
            De modo que na unidade de produção familiar constituem um todo que se engloba indissociável. Esse sistema pode ser decomposto nos subsistemas de operação, decisional e de informação.
            O subsistema decisional se articula a partir de um subsistema que fixa as finalidades de produção e de outro que a gerencia e estabelece seus objetivos estratégicos. O subsistema gerencial concebe as alternativas e define os programas. O subsistema de operação executa os programas. O subsistema de operação executa os programas definidos pelo (os) gerente (s). O subsistema de informações articula os subsistemas gerenciais e de operação.
O subsistema de operações ou de produção tem como função implementar um conjunto de operações necessárias á gestão do processo produtivo, tais como: gestão do fluxo de matéria, de trabalho, de equipamento, de dinheiro e de informação que a unidade de produção importa para estocar, transformar ou transportar ou que ela exporta ou restitui ao meio ambiente. É um lugar de múltiplas interações entre os seus componentes e onde acontecem as decisões táticas do dia – a – dia. Muitas são as interações que existem na produção familiar. Interação entre processos produtivos vegetais através da sucessão interação entre diferentes fatores de produção comuns. Isto faz com que estes processos produtivos sejam concorrentes entre si. Ao passo que os processos produtivos sejam interdependentes entre si são dependentes em relação um ao outro. É o que os produtores expressam quando dizem : “ Tudo             em minha propriedade está ligado “.
            O Subsistema decisional tem a função de gerar decisões que asseguram o sistema de operações de acordo com as finalidades e os objetivos. Pois como assinala Brosiier 1990. A evolução das relações no interior da família e a tendência de profissionalização das unidades de produção fazem com que se distinga, no interior do sistema decisional , dois sistemas : aquele que estabelece as finalidades ( o projeto ) e aquele que gerência a unidade de produção e define os objetivos .
            Já o subsistema de finalidades trata de um conjunto de desejos e orientações que são feitas para o funcionamento da unidade de produção. Não cabe a este subsistema gerir a unidade de produção.
            Podendo este subsistema de finalidades ser chamado de projeto tipo obter uma boa produção para sustentar a família, ter tempo para participar de outras atividades, colocar os filhos na escolar, etc.
            O subsistema gerencial é como o nome já diz gerenciar o subsistema onde são tomadas as decisões, onde são feitas as estratégias. O subsistema de informações equilibra o subsistema de decisão e o subsistema de operação. E neste subsistema que são produzidos e memorizados os indicativos do subsistema de operação.
É, mas nem toda produção familiar rural possui um esquema administrativo para melhor a produção, e não muita ajuda por parte do governo para melhorar a formação da população rural, assim se reflete a baixa produção rural e consequentemente o exôdo rural. É preciso criar novos métodos que abordem a problemática do apoio a atividade administrativa dos pequenos produtores rurais, reconhecendo e analisando as particularidades organizacionais das unidades de produção familiar e sua racionalidade administrativa identificando o aconselhamento técnico-administrativo e a formação administrativa destes pequenos produtores como apoio a esta população e como estratégia de desenvolvimento assim como e rigidez e fiscalizações nas parcerias e nos projetos quer, seja do governo, quer ser de ONGS (Organizações não Governamentais).








“Tudo em minha propriedade está ligado” (camponês)




Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/o-estado-e-os-assentados-os-limites-das-politicas-de-assentamento-e-as-necessidades-humanas-no-projeto-de-assentamento-alegria/111078/#ixzz3UBlInJIC

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